Numa altura em que tanto se fala de mobilidade, tecnologia, sustentabilidade ou pressão urbanística, urge repensar as cidades como as conhecemos. Mais do que investimentos ou oportunidades de negócio, importa olhar para a reconversão de edifícios existentes em áreas urbanas como o caminho para uma cidade que queremos mais inclusiva, mais inovadora e capaz de oferecer uma melhor qualidade de vida.

Nesse sentido a regeneração de espaços urbanos deve ser abordada, não apenas na sua definição redutora de reutilização e revitalização de áreas urbanas já desenvolvidas, mas sim numa perspetiva holística desempenhando um papel crucial para o futuro das cidades ou para as cidades do futuro.

Se as cidades não têm para onde crescer em termos de limites geográficos, então a resposta está na capacidade de rever todo o planeamento urbanístico com os ativos já existentes. Desta forma é possível criar condições para uma utilização mais eficiente do espaço urbano e ajudar a preservar áreas naturais e agrícolas ao redor das cidades.

A reconversão de edifícios pode trazer uma nova vida e mais atividade para áreas urbanas degradadas, contribuindo para a revitalização e regeneração da própria cidade. Os novos projetos devem ser capazes de criar espaços vibrantes, como edifícios que incorporem diferentes usos, atraindo investimentos, negócios e pessoas para estas áreas. Tudo isto resulta em inovação, criatividade e mobilidade. Esta transformação deve e pode proporcionar espaços flexíveis e adaptáveis para startups, incubadoras e espaços de co-working. Tudo em prol de um ambiente propício que impulsionará certamente o desenvolvimento económico e tecnológico da cidade.

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Numa perspetiva de sustentabilidade, com a alteração do tecido urbano existente, nomeadamente os edifícios, evita-se a demolição e o deitar fora de material de construção, o que por si só irá reduzir o desperdício e as emissões associadas. Além disso, a reabilitação de edifícios pode e deve incluir melhorias na eficiência energética com princípios de construção verde e a incorporação de tecnologias avançadas de energia renovável tornando-os mais sustentáveis do ponto de vista ambiental.

Sob o compromisso com a sustentabilidade e a busca por uma pegada de carbono reduzida, a regeneração de edifícios, muitos deles localizados em zonas nobres das cidades, vão acabar por moldar o tecido urbano e promover a mobilidade sustentável, como a expansão extensiva de ciclovias, infraestrutura para partilha de bicicletas e sistemas de carregamento de veículos elétricos.

Com o foco na regeneração urbana, será possível criar parques, praças e espaços abertos bem projetados, que incentivam a interação social, atividades ao ar livre e qualidade de vida dos habitantes, e esse é sem dúvida o caminho para chegarmos a uma cidade do futuro, inclusiva e com qualidade de vida para todos.