“Piratear” computadores nem sempre é sinónimo de ataques a grandes sistemas informáticos, como foi o caso do roubo de informações confidenciais da Sony Pictures. Às vezes, as pessoas gostavam de ter alguém para ajudar em “pequenas atividades”, como a invadir a conta nas redes sociais do seu parceiro, ter acesso ao email do chefe, retirar fotos de sites ou entrar no banco de dados de uma empresa.

Para estes casos, foi criado o Hacker’s List com o objetivo de permitir a qualquer pessoa sem conhecimentos técnicos contratar um serviço prestado por um hacker. O mecanismo é simples: o utilizador põe na página a tarefa que deseja ser realizada e um ou vários hackers oferecem-se para fazer o trabalho. Quem apresentar a oferta com o menor preço, é contratado, conforme explica reportagem publicada pelo The New York Times.

O jornal dá alguns exemplos de serviços realizados através da página, como é o caso de um utilizador que oferecia 500 dólares para invadir a conta da namorada no Facebook. Noutros casos, os hacker são contratados por vingança, como é o caso de uma mulher que disse ter conhecido um homem num bar e que foi perseguida e atacada por ele enquanto voltava para casa. Ela desejava invadir a sua conta para que ele parasse de a assediar e oferecia de 200 a 300 dólares pelo serviço.

Todos os trabalhos são feitos anonimamente e o hacker recolhe o seu pagamento uma vez que o serviço seja concluído. O Hacker’s List pode reter o valor como forma de garantir que a realização do trabalho.

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hackerslist

Alguns exemplos de anúncios oferecidos a hackers através da página incluem invasões a contas em redes sociais.

 

Segundo especialistas consultados pela publicação, não é possível determinar a legalidade da Hacker’s List nos Estados Unidos, pois a maior parte dos registos não é do país. De facto, na secção Perguntas Frequentes da página, há uma declaração de intenções do projeto no qual não se responsabilizam legalmente por qualquer ação, pois não toleram “atividades ilegais”, mesmo que a definição destas atividades não seja clara.

Numa declaração feita ao The New York Times, Yalkin Demirkaya, presidente da empresa de investigação privada Cyber Diligence e ex-comandante do grupo de crimes informáticos da Polícia de Nova York, afirma que o encerramento da página depende apenas do empenho das autoridades policiais, apesar de haver brechas legais que podem ser questionadas caso o Ministério Público do país avance com alguma ação.

Independente do debate sobre a sua legalidade, o Hacker’s List já conta com mais de dois mil hackers registados e 800 ofertas de serviços a serem contratadas. O acesso à página acontece mediante um registo gratuito.