Os crimes relacionados com o jogo em Macau, ocorridos dentro ou fora dos casinos, aumentaram no primeiro trimestre, com o número de sequestros a subir quase um terço, anunciaram esta segunda-feira as autoridades.

Segundo os dados divulgados esta segunda pelo secretário para a Segurança de Macau, entre janeiro e março, foram sinalizados 89 casos de sequestro (vulgarmente conhecido por cárcere privado) – mais 32,8% do que nos primeiros três meses de 2015 – ocorridos fora dos casinos, envolvendo 241 suspeitos, incluindo 136 detidos, e um total de 94 vítimas.

Os casos de usura também sofreram um significativo aumento (55,9% em termos anuais homólogos), com o registo de 106 ocorrências.

Apesar do aumento, tanto do sequestro como da usura, ambos em termos anuais, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, destacou a descida na comparação trimestral, que a maioria aconteceu no interior dos casinos, e ainda que não há indícios de que esses crimes extravasem esse ambiente, pelo que a sua ocorrência não teve “impacto na segurança da sociedade de Macau”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Neste sentido, realçou a manutenção de uma “taxa zero” ou “uma casuística muito baixa” da criminalidade grave e violenta, como homicídio, rapto e associação secreta, sendo que, entre janeiro e março, foram registados quatro casos de associação criminosa – mais um face a igual período de 2015.

No total, foram sinalizados 181 casos no âmbito da criminalidade violenta – mais 35 ou 24% -, sem que haja registo de homicídios ou raptos, com a subida a ser antes impulsionada em particular pelo aumento dos casos de sequestro e de tráfico de droga.

Em paralelo, como sublinhado no balanço da criminalidade apresentado esta segunda, a PJ não recebeu “informações sobre qualquer anormalidade no comportamento de associações secretas devido ao ajustamento das receitas do jogo”, em queda desde junho de 2014.

“O ajustamento no setor do jogo ainda não trouxe quaisquer consequências para a situação da segurança em Macau”, frisou Wong Sio Chak.

Em termos gerais, a criminalidade diminuiu 7,1%, com 3.333 delitos no primeiro trimestre do ano, a maior parte dos quais incluídos no grupo dos crimes contra o património (1.914 casos ou menos 8,6%), liderado pelo furto (868 casos ou menos 8,9%).

Seguem-se, por dimensão, os crimes contra a pessoa (626 casos ou mais 2,8%) que dizem respeito principalmente a ofensas simples à integridade física (371 ou menos quatro casos).

As autoridades sinalizaram ainda nove casos de violação — mais dois — e três de abuso sexual de crianças — mais um do que nos primeiros três meses de 2015.

Já o tráfico de droga aumentou de 28 para 48 casos, enquanto o consumo de 18 para 25.

Os casos de delinquência juvenil subiram de 10 para 16 em termos anuais homólogos.

Em sentido inverso, ressalta a diminuição do número de imigrantes ilegais e/ou pessoas em excesso de permanência para 7.431 – contra os 8.781 sinalizados em igual período do ano passado.