“Esta força é a afirmação de um compromisso, da unidade da Aliança Atlântica num desígnio que nós compreendemos e com o qual somos solidários”, disse o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, no aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa, perante a força que partiu para a Lituânia.

Os 108 militares do Regimento de Artilharia n.º 4, da Brigada de Reação Rápida, vão integrar a força “Light Artillery Batery/Assurance Measures 2016 e que, no total, será composta por 120 efetivos, entre os quais 14 mulheres.

A missão “Assurance Measures” vai prolongar-se até ao dia 31 de outubro, sendo que a bateria de artilharia de campanha que vai ser projetada na Lituânia vai efetuar, segundo o comandante da força, “essencialmente treino” no âmbito da Aliança Atlântica.

“Todas as missões têm um grau de exigência elevada, inevitavelmente, e, estando nós num país da União Europeia e num país da NATO, será essencialmente uma missão de treino, de mostrar que as forças da aliança trabalham em conjunto e que são uma força credível”, disse à Lusa o capitão de Artilharia Aires Almeida Carqueijo, comandante da força que partiu hoje para a Lituânia.

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A projeção das forças da Aliança Atlântica nos países bálticos é uma consequência da crescente concentração de meios militares de Moscovo ao longo da fronteira ocidental da Rússia e da instabilidade que se verifica sobretudo nas zonas fronteiriças da Ucrânia.

O número total dos militares que vão constituir os batalhões da NATO na região do Báltico é um dos assuntos que deve ser definido na próxima cimeira da Aliança Atlântica que vai decorrer em Varsóvia, na Polónia, nos próximos dias 08 e 09 de julho.

“Este Governo acredita firmemente que, nos tempos conturbados e difíceis que vivemos no flanco leste da NATO, que hoje damos um sinal muito claro de crédito e de capacidade com a deslocação desta bateria de artilharia de campanha”, acrescentou o ministro da Defesa.

Apesar da preocupação com a situação no “flanco leste”, o ministro da Defesa encara também com preocupação as situações que se verificam a sul.

“Portugal considera também que o flanco sul deve ser, pelo menos, uma prioridade tão significativa como o flanco leste, como infelizmente, diria eu, e tragicamente, foi confirmado mais uma vez com o atentado do aeroporto de Istambul”, disse Azeredo Lopes, referindo-se ao atentado suicida registado na terça-feira.

O aeroporto de Atatürk, em Istambul, um dos mais movimentados do mundo, foi palco, na noite de terça-feira, de um triplo atentado suicida que resultou em pelo menos 36 mortos e 147 feridos, segundo o mais recente balanço oficial.

A autoria do atentado — o quarto a atingir a maior cidade turca desde o início do ano — ainda não foi reivindicada.

O primeiro-ministro turco afirmou, entretanto, que os primeiros indícios apontam para o grupo extremista Estado Islâmico (EI) como o responsável pelo triplo atentado suicida.