A região Norte foi o “principal motor de crescimento da produtividade” no país durante o período de recuperação económica, conclui uma análise aos resultados de 10 anos do relatório Norte Conjuntura da CCDR-N.

“Dada a dimensão económica da região do Norte, esta região foi o principal motor de crescimento da produtividade em Portugal”, indica em comunicado a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), responsável pelo relatório trimestral que completa 10 anos, assinalados com um ciclo de conferências que termina quarta-feira.

Numa análise aos dados estatísticos, reunidos durante os 10 anos do relatório, “conclui-se que a produtividade aparente do trabalho era na Região do Norte a quarta maior em Portugal em 2015 e cresceu 6,5% entre 2008-2015, acima da média nacional”.

“O setor das indústrias transformadoras destaca-se claramente com um contributo relativo de 7,3%. Sem este contributo, a produtividade total das empresas da região do Norte teria tido um decréscimo em vez dos +6,5% verificados”, indica o relatório.

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Já no chamado período de recuperação económica, entre 2012 e 2015, a produtividade na região “cresceu 8,0%, bem acima da média nacional (5,2%) e da NUTS II de Lisboa (1,8%)”, acrescenta a CCDR-N.

Comparando indicadores estatísticos, nos 10 anos em causa o Norte perdeu pouco mais de 1.300 empresas (uma diminuição de 0,3% entre 2008 e 2015), o que compara com as mais de 100 mil (8,3%) que se extinguiram a nível nacional no mesmo período.

Já em termos de pessoal ao serviço, entre 2008 e 2015 o Norte registou uma redução de 80 mil trabalhadores, uma taxa de variação de -6,3%, a menor quando comparada com outras regiões e mesmo a nível nacional.

No período de recuperação económica, a variação acumulada de pessoal ao serviço nas PME foi de 72.524 em Portugal e de 55.891 no Norte, de onde se conclui que “a Região do Norte contribuiu com 77,1% para esse acréscimo nacional”, indica o relatório que junta 10 anos de indicadores económicos.

Em termos setoriais, os setores de atividade que mais contribuíram para a redução do pessoal ao serviço no Norte entre 2008 e 2015 foram o da Construção (-5,4%), o das Indústrias Transformadoras (-3,0%) e do comércio.

Quanto a gastos com pessoal por pessoa empregada (que inclui remunerações, contribuições para a segurança social, fundo de pensões, entre outros) os verificados na região do Norte só foram superados pela região de Lisboa em 2015. Já numa análise a 10 anos, entre 2008-2015, estes gastos cresceram 8,4% no Norte, contra 6,2% em Portugal.

Em matéria de exportações, conclui a CCDR-N que “as empresas nortenhas demonstraram que foram capazes de reagir rapidamente à diminuição de atividade sentida em 2009, como consequência da crise internacional”.

“Logo em 2010, as empresas do Norte voltaram a exportar mercadorias num valor relativamente próximo do de 2008 e em 2011 voltaram a ter um crescimento muito acentuado”, destaca.

Estes e outros indicadores relativos à “resiliência e à capacidade exportadora” que as empresas do Norte de Portugal demonstraram nos últimos 10 anos de Norte Conjuntura serão apresentados pela CCDR-N na quarta-feira, pelas 15h, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões.