O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, começou este domingo a sua visita de Estado a Cabo Verde com um mergulho na Prainha, na cidade da Praia, e dois pastéis de nata, numa pastelaria portuguesa.

O chefe de Estado quis iniciar o seu programa em Cabo Verde numa das pastelarias e padarias do grupo português de “Pão Quente”, no centro da cidade da Praia, por ser “uma rede de lojas que está a crescer com sucesso” neste país lusófono. “O português tem um jeito especial para este ramo de negócio, padarias”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa.

Ali, encontrou uma cabo-verdiana que viveu 33 anos em Lisboa e lhe deu “os parabéns pelo grande trabalho que está a fazer junto da comunidade” cabo-verdiana em Portugal, a quem confidenciou: “Eu vim aqui carregar baterias, carregar as pilhas”.

No primeiro de três dias de visita de Estado, o Presidente português chegou à pastelaria “Pão Quente” cinco minutos antes da hora. Pouco depois, chegou o chefe de Estado de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, seu velho amigo dos tempos da faculdade. Marcelo Rebelo de Sousa cumprimentou-o, sorridente, e contou-lhe logo que já tinha estado a nadar nas águas de Cabo Verde, na pequena praia em frente ao hotel onde está instalado, a Prainha: “Sabe que já nadei hoje às oito da manhã? Uma hora”. “Com água fria?”, comentou Jorge Carlos Fonseca, surpreendido.

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Na pastelaria, Marcelo Rebelo de Sousa comeu um pão doce, dois pastéis de nata, bebeu um sumo de papaia e conversou com o diretor-geral da empresa, Miguel Araújo, que lhe disse que o grupo tinha um investimento com o mesmo conceito na Venezuela, mas teve de sair de lá. Miguel Araújo adiantou que em Cabo Verde o grupo “Pão Quente” já tem sete unidades na ilha de Santiago, onde atende “cerca de 15 mil pessoas por dia”, e vai abrir uma oitava. O Presidente português perguntou-lhe “por que não vão para outras ilhas” e o diretor-geral respondeu que estão a preparar-se para “avançar para o Sal, para a Boavista e para São Vicente”.

Por sua vez, o Presidente de Cabo Verde referiu que é cliente habitual e frequenta a padaria “Pão Doce” todos os fins de semana. Atrás do balcão, Marcelo Rebelo de Sousa tirou a habitual fotografia de grupo, com responsáveis e trabalhadores da padaria, que usam T-shirts cor de laranja.

O chefe de Estado português, antigo presidente do PSD, observou que há muito tempo não estava rodeado de tanto laranja, e os jornalistas perguntaram-lhe se anda a fugir dessa cor, ou se é o contrário. “Reencontrámo-nos em Cabo Verde. O que está no coração está sempre no coração”, respondeu.

Quando se preparava para sair da pastelaria, Marcelo Rebelo de Sousa ouviu incentivos para que dance o funaná durante esta visita de Estado, mas pareceu afastar essa possibilidade: “Isso é o fim da minha reputação em Portugal”.