Mais de um em cada três cabo-verdianos sofre de hipertensão, revelam dados divulgados esta quarta-feira e que segundo as autoridades de saúde podem não dar a dimensão real de uma doença que afeta mais as mulheres.

Dados avançados esta quarta-feira, na cidade da Praia, pela diretora Nacional da Saúde de Cabo Verde, Maria da Luz Lima, apontam uma taxa de incidência de hipertensão arterial de 35%, sendo mais elevada entre as mulheres.

Maria da Luz Lima falava na cerimónia de abertura do seminário “Hipertensão e Doenças Cardiovasculares”, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Hipertensão, este ano com o lema “Conhece os Números”.

Segundo a responsável, citada pela agência cabo-verdiana de notícias Inforpress, a incidência poderá ser ainda maior, uma vez que muitas pessoas desconhecem ou não revelam a doença.

Maria da Luz Lima adiantou que em 2018 será realizado em Cabo Verde um inquérito aos fatores de risco relacionados com doenças crónicas não transmissíveis para um retrato da realidade destas doenças no país.

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“A nossa intenção é criar uma base de dados para fazer um mapeamento dos doentes hipertensos, nos diferentes bairros e comunidades, saber o fator de risco para que possamos ter uma abordagem mais dirigida à problemática”, disse.

“A hipertensão é um problema preocupante no país. Todos os dias são diagnosticados casos novos e temos que descobrir os fatores de risco que contribuem para esse aumento da doença e trabalhar a vertente prevenção”, acrescentou.

A hipertensão está entre as principais doenças não transmissíveis em Cabo Verde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo o segundo país na região africana com maior prevalência de hipertensão arterial.