A adesão à greve dos trabalhadores da empresa Randstad a prestar serviço nos call centers da EDP, entre quarta-feira e este sábado, visando melhores condições laborais, rondou os 95%, estimou o Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI).

Em declarações à agência Lusa, Anabela Silva do SIESI indicou que a paralisação que terminou pelas 01:00 de hoje teve uma adesão “na ordem dos 95%”, à semelhança do que aconteceu noutras ações anteriores.

“A adesão é muito boa e mostra a insatisfação das pessoas” ao nível das condições de trabalho e salarial, observou a sindicalista.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da EDP notou que “não foram sentidas perturbações no atendimento ao cliente”, mas remeteu mais informações para a Randstad, empresa com a qual estes funcionários têm vínculo laboral.

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A Lusa tentou também contactar a Randstad, sem sucesso até ao momento.

O sindicato reivindica melhores condições para os 1.500 trabalhadores localizados em Lisboa e para os 550 funcionários que se encontram em Seia, ligados a uma outra empresa, razão pela qual marcaram esta paralisação, que visava parar os serviços de atendimento, reparação de avarias, faturação, contratação e de reclamações dos clientes da EDP, entre outros.

De acordo com Anabela Silva, a greve foi convocada para exigir aumentos no salário e no subsídio de alimentação, bem como melhores condições nos locais onde trabalham, que dizem ser precárias.

Os trabalhadores reclamam também a sua integração no quadro de pessoal da EDP, em vez da ligação laboral com o ‘outsourcing’ atribuído à Randstad: “Quando há calamidades, fogos e cheias somos EDP e para outras coisas somos Randstad”.

“Nos salários não se reflete que somos EDP, só a nível do trabalho porque damos a voz e a cara por esta empresa todos os dias há mais de 25 anos”, acrescentou Anabela Silva, sustentando que “esta situação é inadmissível”.

Os trabalhadores lutam, ainda, contra a tentativa de as empresas (EDP e Randstad) deslocalizarem o trabalho da operação EDP de Lisboa para Elvas, depois de os trabalhadores que prestam este serviço terem sido informados da possível extinção dos seus postos de trabalho.

“Os contratos desses trabalhos são iguais aos nossos contratos, são contratados para o projeto EDP e […] não devem ser despedidos”, defendeu, falando em “cerca de 70 pessoas que vieram de vários países”.

Anabela Silva recordou que a EDP aceitou nos últimos dias reunir-se com os trabalhadores dos ‘call centers’ em greve e notou que a reunião acontecerá na próxima terça-feira.

A sindicalista apontou que, durante estes dias, foi ainda feita uma manifestação junto ao Ministério do Trabalho, em Lisboa.

“Pretendemos que seja alterada a lei porque há diferenças entre o trabalho temporário e o trabalho de prestação de serviços. Nós trabalhamos para uma prestadora de serviços, mas a Randstad também tem trabalho temporário”, notou, exigindo igualdade.

Anabela Silva adiantou que a Randstad está a retirar trabalhadores dos ‘call centers’ da EDP para os alocar a outros projetos.

“O mais ridículo é que acabam por estar constantemente a fazer formações para repor esses lugares”, lamentou a responsável.