Foi a falar para uma plateia maioritariamente chinesa que o Presidente da República se mostrou hoje otimista sobre a situação do país, agora que o programa de assistência chegou ao fim.
“Os indicadores disponíveis são promissores de alguma forma o que significa que há uma nova esperança a nascer em Portugal”, disse Cavaco Silva a cerca de uma centena de convidados que se deslocaram ao Shoac Shanghai Oriental Art Center para assistir a um concerto de Kátia Guerreiro com a mezzo-soprano chinesa Wang Weiqian e referindo-se concretamente ao fim do programa de ajustamento.
Aos portugueses presentes, muitos dos quais radicados na capital económica da China, Cavaco Silva pediu para manterem sempre a ligação ao país e disse que Portugal conta com eles para, em primeiro lugar, promover o nome do país e os produtos portugueses.
Recordando que na noite de segunda-feira lhe serviram azeite português, o chefe de Estado manifestou esperança de ser encontrado vinho nacional e sublinhou que Portugal trabalha para que “num futuro não muito distante” se possam encontrar muitos mais produtos portugueses na cidade chinesa.
Sobre os portugueses no mundo, Cavaco Silva disse serem os “primeiros grandes embaixadores” do país e “intérpretes da valorização” da língua portuguesa.
“Quando vou em visitas de Estado ao estrangeiro procuro sempre encontrar-me com portugueses porque eles são os primeiros grandes embaixadores do nosso país e intérpretes da valorização da nossa língua”, disse Cavaco Silva numa receção à comunidade portuguesa de Xangai.
O chefe de Estado recordou que a língua portuguesa é falada por mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, da Europa à América, passando pela África, mas também na Ásia e salientou que o sucesso dos portugueses em Xangai é produto das suas qualidades.
“O sucesso dos portugueses aqui nesta parte do mundo, que é uma das mais dinâmicas e competitivas do planeta, confirmam a capacidade de trabalho, de adaptação, de talento dos portugueses”, afirmou.
Salientando que estão a trabalhar em grandes empresas de prestígio internacional, mas também com iniciativa própria, Cavaco Silva defende esta presença como “prova do talento, da coragem e da determinação dos portugueses que os levam e muitas vezes a distâncias de milhares de quilómetros para se realizarem profissionalmente e melhorarem a sua condição de vida”.
E se às vezes é preciso ter coragem, os portugueses demonstraram-na com essa viagem até à China, mais precisamente Xangai, uma cidade que conheceu em 1994 enquanto primeiro-ministro e que hoje é completamente diferente.
“É quase impossível encontrar noutra cidade do mundo uma transformação tão grande como aquela que ocorreu aqui em Xangai nos últimos 20 anos”, disse Cavaco Silva que viu a nova zona de Pudong ainda no papel e considerava, na altura, impossível de concretizar.