Quando se compra um hámster, como animal de companhia, acrescenta-se uma gaiola, o bebedouro e, claro, a roda para o ver correr sem parar. Também os ratos de laboratório têm direito a uma roda como estímulo para se movimentarem. Este comportamento é normalmente associado ao facto de estarem em cativeiro. Mas o que fariam os ratos se encontrassem uma roda no ambiente natural? Usavam-na, dizem os investigadores do Centro Médico da Universidade de Leiden, Johanna Meijer e Yuri Robbers. Mesmo sem nenhuma recompensa extra.

Uma roda no jardim ou numa duna e uma gaiola a protegê-la, para os animais maiores não atacarem as potenciais presas. Uma câmara de filmar com visão noturna e um detetor de movimento. Materiais simples para resultados interessantes: alguns animais não só entram e correm na roda, como, depois de saírem, voltam a entrar e a correr.

E não foram apenas os ratos a usar a roda. Também as ratazanas, esquilos, rãs, lesmas e caracóis, contribuíram para os mais de 200 mil registos, em vídeo, feitos por animais – o The New York Times partilha um desses registos. Mas a dúvida permanece junto dos investigadores: “Visto que correr na roda acontece como um comportamento natural, mantém-se a questão sobre porque é que os animais escolhem correr nas rodas”. Parece que correr é gratificante mesmo na ausência de uma recompensa alimentar, lê-se no artigo publicado na revista Proceedings of The Royal Society B.

As experiências envolvendo o exercício dos ratos nas rodas, aumentam a certeza de que o exercício faz bem à saúde, não só a dos ratos mas dos humanos também. Demonstrando que os ratos não usam a roda apenas porque estão condicionados ao cativeiro, traz uma maior validação aos estudos que pretendem associar o exercício a melhores condições de saúde.

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