O crescimento do consumo de produtos de marfim na Tailândia fez aumentar o abate de elefantes na África com o objetivo de abastecer o mercado asiático, denunciaram esta quinta-feira várias organizações de defesa dos animais.
De acordo com os números fornecidos pelo grupo ecologista Traffic, o número de produtos de marfim à venda em Banguecoque em janeiro de 2013 era de 5.865, já em maio deste ano este número quase triplicou, alcançando 14.512 bens.
O número de lojas que vendem este material na capital tailandesa também aumentou no mesmo período de 62 a 105 estabelecimentos, assegura a organização.
A Tailândia tem uma legislação que permite a venda de produtos fabricados com marfim, sempre que a matéria-prima seja de elefantes locais.
No entanto, as organizações internacionais aproveitam-se das lacunas legais para introduzir marfim africano no mercado tailandês e, a partir daí, distribuir para outros mercados asiáticos, em especial, na China e Vietname.
“Os esforços da Tailândia para regular o mercado local de marfim falharam. O mercado nacional de marfim continua fora de controlo e agrava a crise atual e a caça furtiva dos elefantes africanos”, disse Naomi Doak, coordenadora da Traffic para a área do grande Mekong.
A Traffic estima que mais de 80% do marfim vendido em Banguecoque procede do exterior do país.
Pelo menos 2.000 elefantes africanos foram abatidos em 2013 para satisfazer a crescente demanda do mercado asiático em produtos de marfim.
A Traffic e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) pedem que o Governo da Tailândia suspenda o mercado doméstico de marfim até que as autoridades consigam “aplicar as leis” contra o contrabando internacional.