Uma exposição com mais de 300 estudos do pintor Nadir Afonso, intitulada “Sequenzas”, vai ser inaugurada na sexta-feira, no Centro de Artes do artista, em Boticas, distrito de Vila Real, anunciou esta quinta feira a organização.
“Nadir Afonso — Sequenzas” tem curadoria de Maria de Fátima Lambert e mostra a criação artística produzida entre finais de 1940 e princípios de 1960, indica ainda o Centro de Artes Nadir Afonso.
“Através dos trabalhos expostos, poder-se-á perceber o rigor, a experimentação contínua e a perseverança inerentes ao método de trabalho do pintor”, nascido em Chaves, em 1920, e falecido em dezembro de 2013, em Cascais.
Entre o conjunto de estudos de caráter abstrato geométrico estão ainda algumas telas do artista, que mostram a evolução face aos estudos iniciais.
Muitos dos esquissos “foram concebidos longe do ateliê, com recurso aos meios que Nadir Afonso encontrava”. “Servia-lhe o verso das folhas de desenhos académicos realizados na Escola Superior de Belas-Artes no Porto, papéis de cálculos, cartolinas, papel vegetal ou até mesmo recibos”, indica o centro.
Nesses suportes, o artista “foi desenhando, com grafite ou a aguarela, motivos retilíneos, circulares, quadrangulares, explorando as virtuosidades da composição geométrica”.
Depois de ter estudado arquitetura na Escola Superior de Belas Artes, ainda chegou a trabalhar com Le Corbusier, em Paris, e Oscar Niemeyer, no Brasil, ambos arquitetos muito conceituados que lhe permitiram dedicar algum tempo à pintura, o que lhe proporcionou grande prazer e até alívio, como reconheceu à Lusa, em entrevista, quando da homenagem de que foi alvo na Assembleia da República, em 2009.
Estudou pintura em Paris e foi um dos pioneiros da arte cinética, trabalhando ao lado de Victor Vasarely, Fernand Léger, August Herbin, Cândido Portinari e André Bloc.
Foi condecorado com os graus de Oficial (1984) e de Grande-Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada (2010).
“Nadir Afonso — Sequenzas” vai ficar patente até 19 de outubro de 2014, com entrada gratuita.