As autoridades turcas detiveram hoje dezenas de polícias, acusados de realizarem escutas ilegais de conversas do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, e da sua equipa, noticiou uma cadeia de televisão. Trinta e três polícias foram detidos em 14 províncias do país, no âmbito desta operação que visa elementos da polícia e da magistratura, suspeitos de constituírem um “Estado paralelo” hostil ao atual governo de Erdogan, de acordo com a cadeia de televisão privada NTV.

A operação começou nesta terça-feira de manhã em Istambul e continuou no sudeste turco, de maioria curda, indicou a NTV. A primeira volta das presidenciais, pela primeira vez por sufrágio universal direto, realiza-se no próximo domingo, sendo Erdogan o grande favorito à vitória. Candidato do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002, Erdogan poderá conquistar a presidência na primeira volta, de acordo as últimas sondagens publicadas.

Na semana passada, 31 polícias foram acusados de “constituição e gestão de grupo criminoso”, e detidos no âmbito deste caso, após uma primeira vaga de centenas de detenções. O governo acusou todos os detidos de serem próximos do movimento do religioso muçulmano Fethullah Gullen, exilado nos Estados Unidos. Erdogan acusa o antigo aliado de ter manipulado uma investigação, em dezembro, sobre um vasto escândalo de corrupção para implicar o primeiro-ministro e equipa.

O chefe do Governo turco já demitiu milhares de polícias e procuradores, suspeitos de serem próximos de Gullen, e na sexta-feira, Erdogan afirmou que o âmbito do inquérito relativo aos apoiantes de Gullen ia ser alargado. De 72 anos, Gullen reside desde 1999 na Pensilvânia (leste), dirigindo um poderoso movimento que poderá contar com vários milhões de membros, influentes na polícia e magistratura turcas. Gullen negou sempre estar na origem da abertura do inquérito contra a equipa de Erdogan.

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