O presidente do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) exigiu na quarta-feira a realização de um inquérito ao Banco Espírito Santo Angola (BESA) no ano parlamentar que agora arranca.

“Será ano para que se faça o inquérito parlamentar sobre o que se terá passado com o BESA, conforma solicitação do grupo parlamentar da UNITA”, afirmou Raúl Danda, no discurso de abertura do das IV Jornadas Parlamentares do partido, que decorrem até sábado em Saurimo, na capital da Lunda Sul, no interior do país.

Em causa está a situação no BESA, detido em 55,71% pelo BES português e que enfrenta um problema na carteira de crédito que levou à intervenção do Banco Nacional de Angola (BNA), com a nomeação de dois administradores provisórios, no âmbito das medidas de saneamento adotadas para o banco.

Esta posição é atribuída ao volume de crédito malparado, que várias fontes estimaram nos últimos meses em 5,7 mil milhões de dólares (cerca 4,4 mil milhões de euros), e que chegou a ser alvo de uma garantia soberana emitida pelo Estado angolano e que será revogada, segundo anúncio feito em agosto pelo BNA.

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Já em agosto, a UNITA tinha dito que queria que a Procuradoria-Geral da República de Angola abrisse “sem demora” um inquérito aos “contornos claramente criminosos” que envolvem alegadamente o caso BES Angola.

O novo ano parlamentar, que decorre entre outubro e agosto, arranca na próxima quarta-feira com o discurso do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, sobre o Estado da Nação.

Reunidos em Saurimo durante três dias, os órgãos e deputados da UNITA pretendem definir estratégias para o novo ano parlamentar, com Raúl Danda a exigir igualmente o início – sistematicamente adiado – da transmissão em direto das sessões parlamentares, através da rádio e televisão públicas.