“Nem num milhão de anos vou ter um corpo como o dela.” A frase é da modelo portuguesa Sara Sampaio, enquanto se refere à modelo sul-africana Candice Swanepoel. Não é um lamento, é apenas a constatação de um facto – a estrutura dos ossos da modelo portuguesa de 23 anos não lhe permite alcançar as formas de uma das modelos de topo da Victoria’s Secret.

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Sara Sampaio diz que devemos conhecer o nosso tipo de corpo. O vídeo que aparece na página do Instagram da empresa de lingerie norte-americana Victoria’s Secret podia passar quase despercebido não fosse a recente polémica da marca com a coleção The Perfect Body (O Corpo Perfeito). No site Jezebel, a empresa é acusada de usar de tentar remediar a situação colocando uma modelo a dizer que afinal não tem um corpo perfeito. A caixa de comentário desta notícia mereceu uma série de comentários, tanto de amor como de ódio.

Na página oficial do Facebook, a modelo portuguesa reage à noticia no site Jezebel, acusando a autora do artigo Erin Gloria Ryan tentar ser sensacionalista. “Querida Erin da Jezebel, eu não me odeio!”, começa a modelo em relação ao título do artigo “Helpful Victoria’s Secret Reminder: Even Models Hate Themselves” (Lembrete útil da Victoria’s Secret: Até as modelos se odeiam a si próprias). “Fui educada pela minha família a respeitar-me e amar-me e também aos outros.” Sara Sampaio admite que já foi criticada por ser demasiada magra e julgada apenas pelo aspeto, mas também sabe que é tida por muitas jovens como modelo. “Falei porque acredito que todas as mulheres são bonitas e não importa o nosso aspeto. Merecemos respeitar-nos a nós próprias e ser respeitadas e amadas pelos outros.”

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Aquando do lançamento da campanha da Victoria’s Secret depressa se levantaram vozes a censurá-la. Que direito teria a marca para definir o que é um corpo perfeito? Na internet surgiu uma petição que exigia que a Victoria’s Secret assumisse “responsabilidade pela danosa e doentia mensagem que o slogan ‘The Perfect Body’ transmite à sociedade sobre o corpo da mulher e a forma como ele é julgado”. No Twitter uma campanha com a hashtag #iamperfect (‘eu sou perfeita’), em que cada mulher se mostrava confortável com o seu corpo ou a censurar a campanha.