A crise económica na Venezuela está a agravar-se à mesma velocidade que desce, nos mercados internacionais, o preço do petróleo. Esta segunda-feira, dia em que a cotação da matéria-prima cai mais 2%, para mínimos de 2009, o presidente, Nicolas Maduro, viajou até à China para discutir financiamento ao país e vai aproveitar para visitar outros países da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), para conversar sobre os preços do petróleo. Na Venezuela, desafiando o governo, vários cidadãos estão a tirar fotografias das estantes vazias dos supermercados e a publicá-los no Twitter. Já há uma hashtag: #AnaquelesVaciosEnVenezuela

Não encontrávamos champô, portanto lavávamos o cabelo com sabão. Agora já não há sabão“. O relato é de um dos cidadãos venezuelanos que estão a publicar no Twitter fotos de supermercados totalmente vazios. Com o preço do petróleo a atingir os valores mais baixos desde 2009 e com o país fora dos mercados de dívida internacionais, está em causa o financiamento da economia venezuelana. É por essa razão que Maduro partiu numa “viagem muito importante para responder à quebra do rendimento do nosso país”, afirmou num comunicado à nação. Maduro estará, por esta hora, a aterrar na China e vai, também, junto dos parceiros da OPEP, “tentar estabelecer uma estratégia para recuperar o preço [do petróleo] e fortalecer a organização”, acrescentou o presidente venezuelano.

No terreno, o cenário é este:

A queda do preço do petróleo levou o governo a interromper todos os planos de investimento e a procurar novas formas de obter moeda estrangeira. Mas os observadores estão cada vez menos otimistas de que o país conseguirá cumprir integralmente os reembolsos de dívida, fruto da quebra das receitas do Estado com a venda de petróleo. Os índices de popularidade de Maduro estão em forte queda, segundo a Bloomberg.

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