Explosões muito rápidas, vindas do exterior da Via Láctea, foram vistas pelos astrónomos ’em tempo real’. As ondas de rádio duram apenas alguns milissegundos e podem ser provocadas por colisões de estrelas de neutrões ou emitidas por buracos negros. A observação de maio de 2014 foi agora publicada na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

“As explosões são normalmente descobertas semanas ou meses ou até mais de uma década depois de terem acontecido. Mas esta foi captada em tempo real”, disse Emily Petroff, uma doutoranda da Universidade Tecnológica de Swinburne, na Austrália, citada pelo Telegraph. ‘Em tempo real’ é relativo, considerando que a explosão pode ter acontecido a 5,5 mil milhões de anos-luz de distância. A título de exemplo, a luz do Sol demora cerca de oito minutos a chegar ao planeta Terra.

O primeiro fenómeno deste tipo foi descoberto em 2007 analisando registos antigos. E desde aí só se identificaram mais sete. Desta vez, o fenómeno foi observado ao mesmo tempo que era registado na Terra, pelo rádio telescópio Parkers na Austrália, refere o canal norte-americano NPR. Em pouco tempo 12 telescópio de vários pontos do mundo estavam virados para o mesmo ponto para tentar recolher dados noutros comprimentos de onda, como infravermelhos ou raios-x, e determinar a fonte. Como não encontraram outros sinais descartaram a hipóteses de ser uma explosão de uma supernova ou uma explosão de raios-gama, refere o Telegraph.

Além disso, a polarização das ondas (desvio) sugere que estivessem próximas de um objeto com um grande campo magnético. “As teorias agora é que a explosão de ondas rádio possa estar relacionada com um tipo de objetos muito compacto, como estrelas de neutrões ou buracos negros, e as explosões podem dever-se a colisões ou ‘sismos estelares'”, disse Daniele Malesani, da Universidade de Copenhaga, citada pelo Telegraph.

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