Desde outubro do ano passado que Helena Ramos já tomava conta dos pequenos-almoços deste Mezzanine Creative Restaurant, pertencente à vizinha Casa de Santos, no bairro homónimo de Lisboa. Mas o que começou por ser uma necessidade de trabalho premente, depressa se transformou num acaso perfeito: é que Helena andava à procura de um espaço exatamente como o Mezzanine para abrir o seu próprio restaurante. Lançou a escada aos patrões, estes agarraram-na, subiram-na e, de repente, transformaram-se em seus sócios. Não admira, por isso, que a anfitriã da casa seja, por estes dias, uma pessoa feliz. Cansada — acumula agora os pequenos-almoços com jantares — mas feliz. E não será difícil a um qualquer cliente deixar-se contagiar por essa mesma felicidade: basta seguir este roteiro de cinco etapas para a visita perfeita.

1. Deixe-se ser bem recebido/a.
O Mezzanine é um restaurante familiar: Helena, a responsável máxima, faz de tudo um pouco: cozinha, recebe, serve, gere, conversa, encaminha e aconselha, não necessariamente por esta ordem. Sofia, a filha, está mais dedicada à sala, também serve, quando é preciso, também cozinha, principalmente sobremesas, e, como estudante de design que foi, trata de toda a imagem da marca. Já Jorge, o genro, é o criativo executante da cozinha, braço-direito de Helena no que toca a tratar de tachos. Como bons conversadores que são, gostam de falar com os clientes — sem ser invasivos, atenção — e os clientes têm tudo para gostar de falar com eles. Por isso, nada de timidez, é importante entrar no espírito.

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Helena, Sofia e Jorge, a família que recebe os clientes / Hugo Amaral ©

2. Experimente os pequenos-almoços.
Tudo começou pela refeição mais importante do dia. Helena estava a precisar de trabalho e os responsáveis da guest house Casa de Santos precisavam de alguém de confiança que lhes assegurasse os pequenos-almoços para os hóspedes no espaço contíguo que lhes pertencia, o Mezzanine. A união de necessidades correu tão bem que uma das condições para Helena poder assumir o projeto do restaurante foi que continuasse a assumir essa parte do negócio. E assim foi, com uma diferença fulcral: agora o pequeno-almoço não está aberto apenas a hóspedes. Por 6€, está disponível a qualquer cliente, todos os dias entre as 08h00 e as 10h30, em formato buffet, com pão cozido no local, bolos e quiches caseiras, fruta e sumos naturais. Soa bem, não soa?

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3. Ao jantar, explore a carta de petiscos (mas deixe espaço para a sobremesa).
O jovem de jaleca na fotografia, Jorge, conheceu Sofia neste mesmo espaço, que, há alguns anos ainda era um bar. Uma grande coincidência que o fez estar hoje na cozinha do Mezzanine a dar largas à criatividade, muito elogiada pela timoneira Helena. As qualidades de Jorge traduzem-se, por exemplo, numa bifana especial (7€), que desconstrói todos os elementos habituais no dito snack, ou nos ninhos (7€) de presunto com alheira e ovo, cuja fotografia ilustra, lá em cima, a peça. A ementa não se fica, contudo, pelos petiscos: além de um prato do dia, há saladas, tibornas e tábuas de queijos e enchidos. E há mais: tal como numa cozinha de casa, muitas vezes Helena e Jorge acabam por improvisar algo com o que têm no frigorífico e na despensa para clientes com pedidos/desejos específicos. Convém, no entanto, acautelar o estômago para a sobremesa. A escolha não é vasta — há apenas uma por dia — mas a doceira tem mérito e experiência acumulada: quando estava no Algarve, Helena chegou a fornecer bolos e sobremesas para 18 restaurantes e pastelarias da região de Portimão. Por isso é de confiar.

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Uma bifana cheia de graça, com os elementos devidamente separados / Hugo Amaral ©

4. Descubra os recantos do espaço.
Além da simpatia de quem recebe e do respetivo alento que têm para a cozinha, o espaço que acolhe o Mezzanine merece ser descoberto e devidamente apreciado. Não só a parte mais alta, a tal mezzanine que lhe dá o nome, mas também o andar de baixo, onde há sofás e mesas baixas (pode fumar-se nessa zona), candeeiros grandes, relógios e e um sem número de pormenores decorativos muito interessantes. Na parte de cima, há mais espaço para as refeições, principalmente de grupos, que a partir das 25 pessoas têm exclusividade da sala, com menus que variam entre os 18 e os 25€ por pessoa.

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A decoração está cheia de pormenores interessantes. E de relógios, muitos relógios / Hugo Amaral ©

5. Deixe uma mensagem na Moleskine das opiniões criativas.
Foi uma ideia de Sofia que tem resultado em mensagens bonitas dos primeiros clientes: a conta final surge dentro de uma agenda Moleskine que serve para os clientes deixarem mensagens com a sua opinião sobre o espaço e a refeição. Até agora, têm sido todas positivas, algumas mesmo surpreendentes, principalmente de turistas que ficam abismados com a relação qualidade-preço. Também há quem jure que vai voltar e quem diga que descobriu um novo restaurante favorito. Para um projeto que arrancou há pouco mais de duas semanas só pode ser bom augúrio.

Nome: Mezzanine Creative Restaurant
Morada: Rua da Boavista, 106 (Cais do Sodré), Lisboa.
Telefone: 91 720 9780
Horário: De domingo a quarta (excepto terça, que encerra) das 18h30 à 00h00. De quinta a sábado das 19h00 às 02h00. Os pequenos-almoços funcionam todos os dias entre as 08h00 e as 10h30.
Preço Médio: 18€
Reservas: Aceitam