A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) apelou nesta terça-feira aos sindicatos dos trabalhadores dos hipermercados e supermercados para que se mantenham as negociações sobre a contratação coletiva de trabalho. A propósito da marcação de greve daqueles trabalhadores para o próximo dia 1 de maio, a APED lamentou que “os sindicatos não se mostrem disponíveis para negociar em nome dos colaboradores do setor do retalho”, apelando à manutenção das negociações laborais.

Os trabalhadores dos hipermercados e supermercados vão fazer greve no Dia do Trabalhador, em defesa de aumentos salariais e da melhoria das condições de trabalho. A decisão foi tomada hoje, num encontro nacional de sindicalistas do setor da grande distribuição, em Lisboa.

“Há indicadores que mostram que existe uma grande descontentamento no setor da grande distribuição, onde os trabalhadores estão a viver uma situação muito difícil, com muitos casos de doença de foro psicológico e psiquiátrico, dificuldade em conciliar o trabalho com a vida familiar e com ritmos de trabalho cada vez mais exigentes”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços (CESP), Manuel Guerreiro.

A degradação das condições de trabalho, o aumento das exigências nas empresas e o congelamento salarial dos últimos cinco anos são, segundo o sindicalista, os principais motivos que levaram à marcação da greve. Os dirigentes e ativistas sindicais que se reuniram em Lisboa rejeitaram a proposta da associação empresarial do setor, acusando-a de pretender trocar aumentos salariais até 1% pela desvalorização do trabalho suplementar e em dia feriado e pela desregulação dos horários de trabalho.

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