O maior risco para a economia portuguesa nesta altura é a situação na Grécia, considera o Fundo Monetário Internacional, devido ao impacto que pode ter nas condições de financiamento no mercado.

O impacto tem sido residual mas a situação pode mudar, diz o FMI nos documentos relativos à segunda missão de monitorização pós-programa que deu hoje a conhecer, mas os juros têm-se mantido em níveis mais altos e existe o risco das perturbações no mercado de dívida podem continuar devido à situação grega.

O perfil de pagamentos de Portugal está melhor – com o pagamento antecipado realizado ao FMI, Portugal só tem de voltar ao pagamento ao FMI em 2018 –, mas a dívida pública continuar a ser muito elevada, o que expõe Portugal a mudanças súbitas no mercado de dívida.

As autoridades portuguesas fizeram as contas e estimam que uma subida de 1 ponto percentual em todos os instrumentos de dívida custaria 400 milhões de euros em 2015. Um aumento desta dimensão custaria cerca de mil milhões de euros em 2019.

A isto, acrescenta-se ainda as dúvidas do FMI em relação aos planos das autoridades portuguesas para reduzir a dívida como o previsto. O Fundo não vê medidas que sustentem as intenções de reduzir a dívida para menos de 108% do PIB em 2019 e acredita que, com o que sabe hoje, a dívida deve descer para pouco menos de 120% nessa altura.

O Governo português transmitiu ao FMI que acredita ter reservas de tesouraria suficientes para aguentar a atual turbulência no mercado devido à Grécia e que pretendem manter os cofres cheios com dinheiro suficiente para assegurar o financiamento do Estado durante seis meses.

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