Roman Polanski será ouvido num tribunal polaco, esta sexta-feira, numa audiência que pretende avaliar o pedido de extradição feito pelos Estados Unidos relativo à condenação de 1977 pela prática de um crime sexual infantil, avança o The Guardian.

Polanski declarou-se culpado nos anos 70 e revelou ter tido relações sexuais ilegais com uma menina de 13 anos durante uma sessão de fotos em Los Angeles. Esteve 42 dias preso, dos 90 que lhe tinham sido aplicados em 1977, mas fugiu para França no ano seguinte, acreditando que o juiz ainda lhe poderia atribuir uma pena mais pesada. Polanski, agora com 82 anos, nasceu na França mas cresceu na Polónia, tendo por isso dupla nacionalidade.

O The Guardian explica que embora a lei francesa proíba a extradição dos seus cidadãos, a lei polaca não o faz, embora os advogados do cineasta tenham procurado chegar a um acordo. O líder do recém-eleito Partido da Lei e Justiça, na Polónia, Jarosław Kaczyński, disse recentemente que não haverá clemência para Polanski.

“Havia uma discussão que sugeria que ele não deveria ser responsável pelos seus atos porque ele é um cineasta mundialmente famoso. Nós vamos rejeitar totalmente esta atitude”, disse Jarosław Kaczyński.

O cineasta já tinha comparecido em fevereiro para uma audiência no tribunal polaco, que na altura não tomou uma decisão por faltarem documentos adicionais que mereciam outra análise. Se o tribunal polaco decidir a favor da extradição, será depois o Ministro da Justiça a dar palavra final sobre se Polanski será ou não entregue às autoridades norte-americanas.

O The Guardian recorda que em 2009 Polanski já tinha sido preso em Zurique, através de um mandado dos Estados Unidos, mas que em 2010 voltou a ser libertado depois das autoridades suíças terem decidido não extraditá-lo.

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