A Deep Optics, uma empresa israelita, passou os últimos três anos a desenvolver lentes que se regulam a si mesmas. A empresa desenvolveu um tipo de lentes que consegue perceber onde os olhos do utilizador se estão a focar e adapta-se a essa necessidade.
Esta inovação poderá ajudar as pessoas que atualmente utilizam lentes progressivas. Em vez de terem de olhar para diferentes áreas das lentes, olhar por cima ou por baixo da armação, tirar ou pôr os óculos, estas novas lentes permitem focar objetos a distâncias diferentes, automaticamente. As lentes progressivas podem também causar enjoos, um problema que pode vir a ser solucionado pelas lentes que estão a ser desenvolvidas pela empresa israelita.
Embora a tecnologia já tenha sido utilizado em lentes de câmaras de telemóvel, a startup israelita afirma que irá aplicá-la a lentes com um maior poder ótico. A empresa israelita espera ajudar pessoas com presbiopia (capacidade reduzida dos olhos em focar um objeto), que geralmente começa a afetar as pessoas com mais de 40 anos, afirma um artigo da MIT Technology Review.
A tecnologia da Deep Optics adapta a focagem aos olhos do utilizador, através da passagem de uma pequena carga elétrica. Quando deteta que os olhos se estão a focar num objeto mais ao perto – como um livro ou um ecrã de computador -, o sistema de rastreamento dos olhos envia informação a um processador montado nos óculos. Esse processador ajusta o foco das lentes à necessidade do utilizador, depois de medir a distância entre a pupila e os olhos. O sistema de reajustamento funciona através da reorganização de cristais líquidos quando passados por uma corrente elétrica.
Este vídeo, produzido pela empresa, explica como funcionam estas lentes:
Yariv Haddad, o fundador da empresa, declarou que esta invenção poderá ainda servir para tornar mais agradável a experiência de utilizar óculos de realidade virtual que, tal como o uso de lentes progressivas, faz com que alguns utilizadores se sintam indispostos.
A Deep Optics recebeu um investimento de quatro milhões de euros no início da semana. Tecnologia ainda não está pronta para começar a comercializar o produto. Segundo Yariv Haddad, ainda falta conseguir reduzir a tecnologia a um ponto que possa ser utilizado em óculos, mas espera que dentro de dois anos as pessoas possam começar a testar esta nova tecnologia.