Daria um enorme jeito, sempre que o seu automóvel tem uma poeirita, pô-lo na máquina de lavar louça e ir à sua vida. Concorda? E pensará, certamente, que ninguém o faz. Até porque o tamanho de um e o de outro não casam bem – meter um carro, em tamanho real, dentro de um electrodoméstico como uma máquina de lavar pratos é impossível. Ou melhor, era. A Nissan tratou de resolver o problema das dimensões, não com o objectivo de lavar os seus modelos, mas sim para poder testá-los durante o processo de fabrico. O Centro Técnico Europeu da marca nipónica possui uma versão de uma “máquina de lavar pratos” à medida, na qual é possível colocar um veículo.

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Qashqai, Juke e X-Trail, por exemplo, são pulverizados, de todos os ângulos, com milhares de litros de água. Posto isto, são alvo de uma minuciosa inspecção, a fim de “garantir a mais elevada qualidade na vedação à prova de água”, sublinha a Nissan em comunicado. Mas o “teste da monção” não é aplicado apenas à gama de crossovers da marca nipónica, sendo efectuado diversas vezes durante o desenvolvimento de produto de todos os automóveis e furgões da Nissan.

Para ter uma ideia, imagine que chovem 24.000 litros de água sobre o seu automóvel e que, no pico desta chuva, caem em 15 minutos mais de mil litros. Na certa, não gostaria de estar dentro do carro numa situação destas, mas os técnicos da Nissan não se livram de o fazer. Segundo a marca, seria fácil automatizar este processo, “mas a rigorosa natureza do programa de desenvolvimento, tal como a meteorologia no mundo real, implica que isso não seria suficientemente rigoroso”. Para atingir o rigor pretendido, a solução da Nissan passa por “atacar” as vedações do veículo com uma máquina de lavar de alta pressão, especialmente concebida para funcionar com pressões extremas de 150 bar – a generalidade das unidades funciona a 110 bar.

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“Um membro da equipa está no interior do automóvel com um endoscópio de alta definição para inspeccionar o interior dos painéis, detectando assim qualquer gota de água, por mais pequena que seja, que possa ter entrado”, explica um dos engenheiros da marca, Carl Sandy, que ajudou a desenvolver estes padrões de teste. E, se dúvidas existirem acerca da total estanquicidade do modelo, há que esclarecê-las. “É dada tanta atenção ao detalhe que a equipa de Carl chega ao ponto de retirar todo o interior para confirmar que não há entrada de água”, assegura a Nissan.

Durante todo o programa, o teste da monção e a máquina de alta pressão, são utilizados até 30.000 litros de água, ou seja, 2.000 vezes mais que a água utilizada num ciclo normal de uma máquina doméstica de lavar pratos. Mas nenhuma gota é desperdiçada, já que volta a servir, depois de ser filtrada, para dar um banho ao próximo automóvel que entra na câmara.

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Com estes padrões de teste, a Nissan não quer apenas proteger os seus clientes da chuva. Quer, sobretudo, certificar-se que os seus modelos estão preparados para lidar com as condições climatéricas mais extremas. “Um teste muito rigoroso é importante porque nem todos os mercados são iguais. Por exemplo, na Rússia, as máquinas de alta pressão comerciais funcionam com uma pressão mais elevada para lidar com a sujidade da estrada. Através de uma evolução contínua dos padrões de teste, certificamo-nos que os nossos automóveis cumprem com os requisitos de condução mais exigentes, seja onde for”, conclui Carl Sandy.

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