O mês de julho de 2016 foi o mês mais quente de sempre, desde que há registos globais de temperatura. O recorde anterior pertencia a julho de 2015. Os resultados foram divulgados esta terça-feira pela NASA.

Os últimos meses têm sido de recordes. Os dados da NASA mostram que os últimos nove meses tiveram recordes de temperatura para o respetivo mês (ou seja, junho de 2016 foi o mês de junho mais quente de sempre, e por aí fora). Os dados relativos a julho vêm comprovar a tendência, e já são dez meses seguidos sempre a bater recordes.

Gavin Schmidt, o diretor do Instituto Goddard para os Estudos Espaciais da NASA, partilhou no Twitter alguns gráficos que ajudam a entender os dados.

O mês de julho foi, em média, 0,11ºC mais quente do que o recorde anterior, e tudo indica que se manterá na liderança durante algum tempo. Quem o diz é David Karoly, um especialista em clima, da Universidade de Melbourne, ouvido pelo jornal britânico The Guardian.

Os dados apresentados no gráfico são relativos ao desvio de temperatura face à era pré-industrial — julho foi 1,3ºC mais quente do que a temperatura média antes de 1880. De acordo com David Karoly, 0,2ºC do desvio foi causado pelo El Niño, um fenómeno no Oceano Pacífico, que ocorre em alguns anos, e que é responsável pela subida da temperatura global durante esse ano. Por isso, cerca de 1,1ºC da subida desde há mais de um século terão sido causados pela atividade humana.

A sequência de recordes na temperatura tende, contudo, a parar. Para David Karoly ainda se sentem os efeitos do El Niño nas temperaturas mundiais, mas o fenómeno já se encontra na fase final, pelo que, este ano, já não deverão ser batidos mais recordes.

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