O sindicato representativo dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa defendeu esta quinta-feira a contratação de mais maquinistas para a empresa, alertando para a possibilidade de ocorrerem várias supressões durante o mês de outubro.

O alerta foi lançado esta manhã, em conferência de imprensa, pela dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), Anabela Carvalheira, para quem a falta de trabalhadores e a concentração das férias no mesmo período está a originar durante este verão constrangimentos no serviço, que se poderão repetir no decorrer do segundo semestre, mais concretamente em outubro.

“Andaram a recusar férias aos trabalhadores e agora estão a concentrar-se estupidamente. Não foram gozadas no tempo certo e agora assistimos a um pico em que se registam atrasos, interrupções e supressões. Essa situação não é culpa dos trabalhadores mas sim da gestão da empresa e da falta de trabalhadores”, argumentou a sindicalista.

Anabela Carvalheira admitiu que o serviço prestado pelo Metropolitano de Lisboa “tem vindo a degradar-se”, ressalvando, contudo, que a empresa perdeu nos últimos anos mais de 300 trabalhadores e reduziu a oferta.

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“Empurraram mais de 300 trabalhadores para “rescisões amigáveis” e para o desemprego, encerram 18 postos de venda, diminuíram o número de carruagens na linha verde, aumentaram o tempo de intervalo entre comboios, diminuíram a velocidade de circulação e degradaram a manutenção e a limpeza de comboios e estações”, apontou, referindo que estão mais de 12 composições paradas nas oficinas por falta de peças.

“Achamos importante deixar este alerta porque continuamos a defender os utentes e a empresa pública. Queremos que exista um serviço de qualidade mas para isso urge repor efetivos em número adequado e um investimento na manutenção”, defendeu.

A sindicalista estimou que o “recomendável” seja contratar “pelo menos” mais 150 trabalhadores.

Relativamente ao atual Governo, Anabela Carvalheiro considera que “mudou a postura de diálogo com os sindicatos mas que “ainda não foi capaz de resolver os principais problemas”.

“Deixemo-nos de falsas promessas e passemos das palavras aos atos”, afirmou.