O documentário “O cinema, Manoel de Oliveira e eu”, no qual João Botelho revela a admiração pela obra e a relação com aquele cineasta, estreia-se na quinta-feira, nos cinemas portugueses.

Exibido em abril, no festival IndieLisboa, e em agosto, em Locarno, o filme chega agora às salas de cinema, acompanhado da curta-metragem “Ascensão”, de Pedro Peralta.

João Botelho é o narrador deste filme, no qual recorda como conheceu Manoel de Oliveira, quando ainda andava na Escola de Cinema, enaltece o pensamento do realizador e comenta excertos de alguns dos filmes que mais estima, como “Amor de perdição”, “Vale Abraão” e “Palavra e Utopia”.

No filme, João Botelho recorda algumas das explicações de cinema que aprendeu com Oliveira, como esta: “Se não há dinheiro para filmar a carruagem, filme apenas a roda, mas filme bem a roda”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quem é o cineasta João Botelho

Mostrar Esconder

João Botelho, 67 anos, autor de filmes como “Um adeus português”, “A corte do norte”, “Conversa acabada” e “Filme do desassossego”, prepara agora uma longa-metragem a partir de “Peregrinação”, de Fernão Mendes Pinto.

Apesar de ser um documentário, o filme tem nele uma curta ficção, “A rapariga das luvas”, que João Botelho rodou no final de 2015 a partir de uma história que Manoel de Oliveira lhe contou.

Em abril, quando o filme passou no IndieLisboa, João Botelho contou à Lusa que quis demonstrar a admiração e paixão pelo cinema de Manoel de Oliveira e também lutar contra o esquecimento, um ano depois da morte do cineasta.

Além de excertos de filmes de Oliveira, cenas emblemáticas da história do cinema português, o documentário conta ainda com uma cena de “Conversa acabada” (1981), a primeira ‘longa’ de João Botelho, na qual Manoel de Oliveira interpreta o papel de um padre.

“Como um pai, ensinava-me cinema”, comenta João Botelho, na narração do filme.