No passado domingo, o programa de vida selvagem “Planet Earth II” da BBC, foi retomado ao fim de 10 anos. E o primeiro episódio, “Ilhas”, vai ficar para a história.

A equipa da BBC queria apenas gravar as crias das iguanas marinhas, mas acabou por ser surpreendida com a perseguição do ano: dezenas de serpentes atrás de uma iguana bebé, na ilha de Fernandina, arquipélago das Galápagos.

Primeiro surge uma serpente atrás da iguana bebé mas, rapidamente, se juntam muitas mais — que estavam escondidas nas rochas — numa luta desigual dada a desvantagem numérica. O episódio foi visto por nove milhões de espetadores e tornou-se viral na Internet.

O que acabou por acontecer [a perseguição] nunca tinha sido filmado antes”, confirmou a BBC ao El Espanhol.

Além de esta ser uma cena nunca antes filmada, a perseguição de tantas serpentes a uma iguana bebé é também rara, porque as serpentes são, por norma, animais solitários que caçam sozinhas, explicou a BBC. Mas o vídeo mostra agora que nem sempre é assim.

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A BBC revolucionou o universo dos documentários de vida selvagem quando começou a emitir a série em 2006, uma das primeiras a ser filmada em alta definição, com a ajuda de drones.

Já existe um vídeo em 360 graus que nos ajuda a perceber como é que as filmagens foram feitas: com três câmaras de alta definição e a ajuda de drones, um deles num tripé para capturar close-ups.

O The Independent falou com Matthew Meech, editor do episódio e um fanático por cinema, onde vai buscar inspiração para os documentários sobre animais.

Editar filmes da vida selvagem é como editar filmes mudos, é tudo sobre a ação/reação. Também o tempo, seja para comédia ou emoção. A narração [de David Attenborough] pode fornecer alguma destas, mas tu não queres usar as imagens apenas como papel de parede para comentar. As imagens precisam de falar por si mesmas.

O vídeo da perseguição foi difícil de filmar mas Meech explica como foi feito:

Uma das coisas maravilhosas da perseguição foi que ela foi filmada a uma velocidade tão alta. Na vida real, estas coisas acontecem muito, muito mais rápido. É incrivelmente difícil filmá-las no momento e manter o foco. Mas às vezes o foco não importa quando o momento é tão intenso. A música [de Hans Zimmer] e o som obviamente que são uma parte importante também. O trabalho de todos foi incrível.