Paulo Lalanda e Castro foi libertado na Alemanha. Uma semana depois de ter sido detido nas instalações da Octapharma em Heidelberg, Alemanha, durante uma reunião do conselho de administração da farmacêutica por suspeitas de corrupção ativa no âmbito da operação O Negativo, que investiga crimes no negócio do sangue. A notícia foi avançada pela SIC Notícias.

Ricardo Sá Fernandes, advogado de Lalanda e Castro, confirmou ao Observador que o tribunal alemão que emitiu a ordem de libertação concordou com a moção da defesa do ex-líder da Octapharma Portugal por entender que não se justificava o cumprimento do mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas. “O mandado não foi assim cumprido”, afirmou o causídico.

O principal argumento para essa decisão, segundo Sá Fernandes, é simples: “o dr. Lalanda e Castro sempre esteve disponível para prestar os esclarecimentos que o Ministério Público entendesse. Essa disponibilidade foi logo manifestada em 2015 quando surgiram as primeiras notícia de que existia uma investigação. Estive ontem na Alemanha com o meu cliente e os seus advogados alemães e levei essas missivas que foram enviadas para a Procuradoria-Geral da República. O juiz alemão analisou a documentação e deu-nos razão. O tribunal considerou que o mandado de detenção era desnecessário porque ele sempre esteve disponível para prestar declarações”, diz Sá Fernandes.

Paulo Lalanda e Castro, que estava preso na prisão de Mannheim, encontra-se assim em liberdade.

E agora? Paulo Lalanda e Castro virá imediatamente para Portugal ou irá para a sua residência em Zurique, na Suíça?

Ricardo Sá Fernandes confirma que o ex-administrador da holding da Octapharma tem total liberdade de movimentos mas decidiu ficar em Heidelberg (a cidade alemã onde nasceu o fundador da Octapharma e onde Lalanda foi detido) à espera que o Ministério Público português diga o que prefere.

“O dr. Lalanda e Castro não vem já para Portugal. Vai ficar em Heidelberg e não vai deslocar-se para outro lado para não dizerem que ele está furtar-se seja ao que for. Aguardará uma nova comunicação do Ministério Púbico (MP). Nós já reiteramos junto do DIAP de Lisboa a disponibilidade do meu cliente para colaborar com a investigação. Portanto, aguardamos uma resposta. Ou o MP inicia um processo formal de extradição ou notifica o dr. Lalanda e Castro com uma dia e uma hora para prestar declarações”, concluiu Sá Fernandes.

Fonte oficial da Procuradoria-Geral da República afirmou ao Observador que o Ministério Público ainda não foi notificado da decisão da justiça alemã.

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