Esta espécie de baleia, denominada baleia da Gronelândia, pode viver até 200 anos. No entanto, e devido à sua caça (a capa de gordura desta baleia é a mais grossa entre todas as espécies de baleias) desde a década de 1960, estima-se que atualmente, no Oceano Ártico, existam pouco mais de 340 desta espécie.

Pouco se sabia até agora sobre a Baleia da Gronelândia. Um estudo desenvolvido no arquipélago norueguês de Svalbard e recentemente publicado no Proceedings of the Royal Society revela uma característica desconhecida (e rara) da baleia da Gronelândia: as suas “canções” (sobretudo na época de acasalamento) são tão complexas quanto composições de jazz, aproximando-se, por exemplo, dos cânticos de aves canoras como o rouxinol.

É o que explica à BBC a pesquisadora da Universidade de Washington, Kate Stafford, líder da investigação em Svalbard. “Se o canto das Baleias Jubarte [outra espécie que pode ser encontrada no Ártico] é como música clássica, por ter uma ordem bastante clara, o da Baleia da Gronelândia é como jazz, por ser um tipo de som complexo, fluido e improvisado.”

A propósito do improviso, Stafford explicou: “Ao analisarmos as gravações que fizemos ao longo de diferentes Invernos, durante três anos, não só os tipos de canção não se repetem como, a cada estação, há uma série de canções novas. Enquanto a canção das Baleias Jubarte pode durar 20 a 30 minutos, uma canção de uma Baleia da Gronelândia pode ter entre 45 segundos e dois minutos, mas repete-se várias vezes.”

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