Nos últimos tempos, o CEO da Tesla, Elon Musk, tem estado envolvido em situações bizarras, que não têm ajudado o fabricante americano de automóveis eléctricos. Bem pelo contrário. Tudo começou quando Musk tratou a imprensa e analistas com desdém, não respondendo às questões que não lhe agradavam, o que ninguém lhe perdoou. Depois foi o caso do mergulhador inglês ligado ao salvamento das crianças tailandesas, que criticou de forma deselegante o submarino que Musk e a Boring Company construíram e enviaram para o país asiático, aconselhando que Musk “o metesse onde lhe doesse”, o que teve como resposta o CEO da Tesla chamar “pedófilo” ao britânico. Uma reacção imatura e capaz de lhe custar caro.

Mas nem estes passos em falso tiram brilho aos resultados relativos ao segundo trimestre do ano, de longe os melhores de sempre da marca e que dão substância às mais recentes promessas, que irá dar lucro no 3º trimestre de 2018 e daí para a frente.

Musk começou a conversa a pedir desculpa pela forma ligeira como respondeu a quem o questionou na reunião anterior, um mea culpa que cai sempre bem. Mas rapidamente avançou para os elementos que verdadeiramente lhe interessavam. As vendas aumentaram 85%, fruto da produção do Model 3 ter atingido em Junho as 5.000 unidades por semana, o que fez disparar a facturação para 4 mil milhões de dólares, bem acima das previsões de Wall Street.

Contudo, nem tudo foram rosas para a Tesla no 2º trimestre, uma vez que a companhia continua com prejuízos, tendo perdido 4,22$ por acção, contra as estimativas de Wall Street, que estimavam um número em torno de 2,71$. Durante este período de três meses o fabricante voltou a perder dinheiro, vendo esfumarem-se mais 740 milhões de dólares, ainda assim menos do que as previsões (901 milhões).

Musk anuncia valores ainda melhores para o 3º trimestre, agora que já se sabe que é exequível fabricar e vender 5.000 Model 3 por semana (mais os Model S e X), o que torna a Tesla rentável. Daí que a marca prometa ganhos para o 3º e 4º trimestre de 2018. E a reacção do mercado não se fez esperar, com as acções a subirem 11% nas horas seguintes ao anúncio.

Será esta promessa de lucros para a segunda metade do ano suficiente para cobrir os investimentos necessários em novos produtos, do Semi ao Roadster, passando pela Pick-Up, além da Gigafactory recentemente anunciada para a China? Essa é uma questão em que é melhor esperar para ver.

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