O Estado aumentou em 32 milhões de euros o capital na CP, que passou a ser 3,9 mil milhões de euros, comunicou esta segunda-feira a transportadora ferroviária pública à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Esta operação já estava prevista para se realizar no mês de setembro, segundo o relatório do primeiro semestre da empresa, mas é anunciada um dia antes de o presidente Carlos Gomes Nogueira ser ouvido no Parlamento.

O aumento do capital estatutário é ainda comunicado no dia em que a CP e a congénere espanhola Renfe assinaram em Madrid um protocolo de cooperação que permitirá à empresa ferroviária portuguesa alugar em 2019 quatro comboios a gasóleo e uma primeira composição elétrica.

O aluguer de comboios pela CP visa suprir necessidades enquanto é aguardado o concurso para a compra de mais composições.

Portugal apenas pode alugar comboios a Espanha, uma vez que ambos os países têm bitola (distância entre carris) ibérica. Portugal ainda usa comboios a gasóleo, pois cerca de um terço da infraestrutura ferroviária portuguesa está por eletrificar.

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As queixas sobre o serviço prestado pela CP subiram de tom recentemente e o tema já se tornou motivo de confronto político.

O presidente da CP, Carlos Gomes Nogueira, é ouvido na terça-feira no parlamento sobre a “degradação do material e do serviço prestado”, numa audição pedida pelo PSD.

Na quinta-feira é a vez de o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, estar na comissão permanente para debater a situação da ferrovia.