Cerca de 85% das casas estão a ser vendidas em menos de seis meses, de acordo com uma notícia avançada esta sexta-feira pelo jornal Público. O investimento no setor imobiliário em Portugal já ultrapassa os 70 milhões de euros.

Segundo estimativas dadas pelo presidente da Associação Portuguesa dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), 85% dos imóveis demoram até 6 meses a ser vendidos: 37,7% leva entre um e 3 meses e 46,67% demora entre 4 e 6 meses. O setor imobiliário português apresenta-se com um dinamismo que há muito não se verificava, representando atualmente 70% do mercado.

Relativamente aos dados confirmados para venda de casas no mercado em 2017, o tempo médio de venda de um imóvel tem vindo a diminuir significativamente: em 2014 e 2015, o tempo médio era superior a dois anos; atualmente, um terço dos imóveis demora entre um a três meses a ser vendido.

A rapidez com que o mercado absorve os imóveis que são colocados para venda reflete sobretudo a intensa procura que existe pelo segmento imobiliário, que representou 11% do PIB no ano passado, segundo a APPII – Associação Portuguesa de Promotores e Investidores Imobiliários.

Entre perspetivas favoráveis e outras contra, as propostas do Bloco de Esquerda e do PSD foram ouvidas esta semana, no sentido de dar um novo rumo ao mercado imobiliário português. As iniciativas surgem com o objetivo de combater a especulação imobiliária e penalizar aqueles que compram e vendem imóveis num tempo muito reduzido, inflacionando os preços do mercado.

Catarina Martins, a líder do BE, disse que a proposta (a chamada “taxa Robles”) seria semelhante à taxação “dos movimentos da especulação em bolsa”, sujeitando a uma taxa especial quem compra e vende num curto período de tempo e com muito lucro. Por sua vez, o presidente do PSD, Rui Rio, não se afasta totalmente da proposta do BE, defendendo que “aqueles que estão na especulação devem ser penalizados”, mas que a taxa de IRS deve ser diferenciada consoante o tempo durante o qual um imóvel é vendido e, portanto, que “aqueles que andam a provocar preços especulativos paguem um imposto superior ao daqueles que não o fazem”. Já o líder parlamentar do PS, na passada terça-feira, manifestou-se contra a proposta do BE dizendo que “a especulação não se combate com uma taxa que é uma repetição do imposto de mais-valias que já existe. A especulação combate-se eficazmente com o aumento de oferta de habitação acessível”.

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