O Presidente da República recordou este sábado os dias “sem dormir” quando assistiu à queda do Muro de Berlim, há 30 anos, e defendeu que é preciso derrubar os muros da desigualdade e da pobreza em Portugal.

“Foi inesquecível. Vivi lá dias e noites sem dormir ininterruptamente porque era uma sensação de viragem histórica e todos sentiam isso”, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da cerimónia de inauguração da sala D. João IV, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, após a conclusão do restauro.

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O Presidente recordou o reencontro das pessoas dos dois lados da Alemanha – divididas pelo muro durante décadas e que representou a separação entre o lado ocidental e o lado soviético – e de haver quem, como ele, ter ficado com “um pequeno pedaço do muro” como recordação.

“As pessoas tinham a sensação de que era viver um momento único na história daquele povo, que era um povo único, [embora] dividido”, resumiu.

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O Presidente da República, que estava em Berlim quando o muro começou a ser derrubado, na noite de 9 de novembro de 1989, afirmou que os 30 anos que se seguiram foram difíceis e que, ainda agora, há diferenças de desenvolvimento entre as regiões da Alemanha.

E foi nesta parte que admitiu que em todo o mundo, e até em Portugal, existem muros que precisam de ser derrubados.

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“Que muros? Os muros da desigualdade e da pobreza, os muros da desigualdade económica social e cultural, os muros da incompreensão da intolerância cultural, os muros que agora estão a levantar-se outra vez, da exclusão daquilo que vem de fora, do que é diferente”, descreveu.

A solução é, para o chefe do Estado, demolir esses muros, que de “tanto em tanto tempo erguem-se”.