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Morreu histórico produtor do cinema português Henrique Espírito Santo

Este artigo tem mais de 4 anos

Considerado um dos nomes "incontornáveis" do cinema português, como o classificou a Cinemateca Portuguesa, Henrique Espírito Santo tinha 87 anos.

O produtor Henrique Espírito Santo, um dos nomes “incontornáveis” do cinema português, como o classificou a Cinemateca Portuguesa, morreu este domingo, aos 87 anos, anunciou a Academia Portuguesa de Cinema.

Numa publicação na rede social Facebook, a Academia Portuguesa de Cinema confirmou a morte do cineclubista e ator, através de uma imagem, acompanhada das suas datas de nascimento e de morte, sem mais detalhes.

Nascido em 18 de novembro de 1932, em Queluz, Henrique Espírito Santo foi, segundo a Cinemateca, “cineclubista de formação, antifascista militante por convicção, diretor de produção e produtor de profissão e, ‘last but not the least’, formador de toda uma geração de profissionais de cinema na área da produção”.

Crítico de cinema em várias publicações, foi professor na Escola de Cinema do Conservatório Nacional. Diretor de produção do Centro Português de Cinema, que marcou o movimento renovador das décadas de 1960 e 1970, trabalhou com cineastas como Luís Filipe Rocha, José Álvaro Morais, José de Sá Caetano, Solveig Nordlund, Jorge Silva Melo, João Mário Grilo e Alberto Seixas Santos.

O nome de Henrique Espírito Santo está associado à produção de “A Promessa”, de António de Macedo, que entrou na seleção oficial do Festival de Cannes, em 1973, “Jaime”, de António Reis, pioneiro do documentarismo em Portugal, “Benilde ou a Virgem Mãe” e “Amor de Perdição”, de Manoel de Oliveira, entre mais de duas dezenas de filmes, que remontam ao final dos anos de 1960.

Em 2014, aquando de uma homenagem que lhe foi prestada pelo Fantasporto, Henrique Espírito Santo disse à Lusa que o cineclubismo foi o “grande movimento cultural de massas antes do 25 de Abril”, esperando que recuperasse essa importância no presente.

“Costumo considerar, sem grande exagero, que o cineclubismo foi o grande movimento cultural de massas antes do 25 de Abril. Os cineclubes continuam, há uma federação, toda uma relação e o que eu digo é que é preciso que estejam atentos e lutem ao lado dos cineastas, das associações de realizadores, das associações de produtores, de técnicos, porque estamos de novo numa situação difícil, sabe-se lá o que é que vai acontecer”, afirmou o diretor de produção.

O movimento cineclubista, “aliado aos intelectuais de esquerda de então e aos jornalistas”, conseguiu pressionar “o poder a pouco e pouco”, para que fizesse “cedências”, levando a uma “sensibilização da [Fundação Calouste] Gulbenkian” para que fossem apoiados os filmes dos jovens realizadores da altura, gerando-se três anos de subsídios, concretizados através do Centro Português de Cinema.

Na mesma conversa, Espírito Santo declarou que os subsídios atribuídos pelo Estado não podem ser “desbaratados” em filmes comerciais, mas sim aplicados em projetos que deem novos conhecimentos a quem os vê.

Numa conversa durante a qual apelou repetidamente a uma maior união entre os participantes do panorama cinematográfico nacional, face a problemas que considera não distantes de alguns enfrentados na ditadura, na era anterior ao 25 de Abril, o diretor de produção disse que, durante as décadas de 1960 e 1970, “estavam todos ao lado de um cinema culturalmente empenhado”.

“Não era fazer cinema ou filmes difíceis de entendimento do espectador, mas partia-se do princípio de que um filme que recebe um subsídio, num país onde não há uma indústria cinematográfica, esses subsídios têm de beneficiar coisas culturais, porque, havendo uma indústria, meu amigo, [cada um] faz o que quiser, desde a pornografia até aos filmes intelectualmente empenhados. Agora que um subsídio não pode ser desbaratado nesse tipo de filmes, isso acho que não”, disse o diretor de produção de obras como “O Recado”, de José Fonseca e Costa, e “Meus Amigos”, de António da Cunha Telles.

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