O caso da criança de dois anos que ficou esquecida durante oito horas na carrinha da creche do Centro Paroquial de Assistência do Juncal (CPAJ) já foi participado ao Ministério Público de Porto de Mós. A informação foi confirmada pela própria instituição, em comunicado enviado ao Observador, onde o CPAJ garante ter dado a conhecer o caso às autoridades e aberto “diligências internas” para apurar responsabilidades.

Bebé de 2 anos ficou esquecida em carrinha de transporte escolar. Passou oito horas fechada e sozinha à porta da creche

O comunicado do CPAJ explica que, numa reunião um dia depois do sucedido onde foi decidido comunicar o acontecimento às autoridades, estiveram presentes “a mãe e o avô materno” da criança, “aos quais foi apresentado, em nome da Instituição, um pedido de desculpas” — algo que o CPAJ garante que tinha sido feito no próprio dia em que a criança de dois anos ficou esquecida na carrinha (quarta-feira, dia 18), por um representante da direção, às 20h30. Acrescenta ainda que, em ambas as situações, foi prestada a informação de que o CPAJ “estava disponível para lhes prestar ajuda financeira para os fins acima mencionados”.

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A direção da instituição assegura ainda que, no dia a seguir ao incidente, houve uma reunião com a mãe da criança de dois anos, onde esteve presente a equipa educativa da menor e uma psicóloga do CPAJ. “Foram disponibilizados os serviços desta equipa para apoiar a menor e a mãe desta”, assegura a organização responsável pela creche.

O CPAJ aproveitou o mesmo comunicado para acusar a SIC de não ter contactado a instituição, cuja direção, garantem, estava “disponível para falar”. A instituição sublinha que a criança foi “cuidada, alimentada e hidratada” depois de ter sido encontrada na carrinha, mas não desmente alguns dos factos anunciados na reportagem: a menina ficou fechada na carrinha durante oito horas, não foi levada ao hospital após ter sido retirada e foi inicialmente entregue à família, às 18h30, sem ter sido comunicado o que aconteceu.

A instituição critica fortemente a peça da SIC, que denunciou originalmente o caso, mas não clarifica, porém, se a participação foi feita antes ou depois de o caso ser tornado público (este sábado, dia 22).