Há milhares de exames essenciais para detetar precocemente o cancro da mama que não estão a ser feitos no Norte do país devido ao encerramento das unidades de rastreio da doença, segundo a edição deste sábado do Jornal de Notícias. A justificar este fecho, em vigor desde março, está o facto de a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) — Núcleo do Norte e a Administração Regional de Saúde (ARS) não terem chegado a acordo para voltarem a funcionar, depois de terem encerrado devido à pandemia. Segundo o Núcleo Norte da LPCC, foram adiados cerca de 75 mil exames de rastreio e há marcações suspensas.

Ao todo, são 19 as unidades (15 móveis e quatro fixas) encerradas desde março. O impasse burocrático está a impedir que reabram. Nas outras regiões, as unidades mantêm-se ativas desde a segunda quinzena de junho porque “as ARS do Centro, Lisboa e Vale do Tejo e a do Alentejo não estavam dependentes de processos de renovação de contratos”, diz ao jornal Vítor Veloso, presidente do Núcle Norte da LPCC.

A ARS responde que o rastreio do cancro da mama “só retomará previsivelmente durante o segundo semestre de 2020”, tal como “outros rastreios de base populacional”. Enquanto isso não acontece, se uma mulher apresentar sintomas ou antecedentes que obriguem à vigilância, “o médico de família providenciará um exame numa entidade convencionada”.

O público alvo do programa são, aproximadamente, 630 mil mulheres.

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