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Pedro e Nuno, os donos de uma questão que não é nada lateral (a crónica do P. Ferreira-Sporting)

Este artigo tem mais de 3 anos

Sporting estreou-se na Liga a ganhar ao P. Ferreira (0-2) e os jogadores mais influentes foram os donos dos corredores que são tudo menos laterais, Nuno Mendes e Pedro Porro, que jogam e fazem jogar.

O jogador espanhol esteve perto de marcar tanto na primeira como na segunda parte
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O jogador espanhol esteve perto de marcar tanto na primeira como na segunda parte

EPA

O jogador espanhol esteve perto de marcar tanto na primeira como na segunda parte

EPA

É uma espécie de regresso a uma normalidade que de repente fugiu. Este domingo, o Sporting estreava-se finalmente na Primeira Liga e começava a esquecer a semana e meia de avanços e recuos que culminou com o adiamento do jogo inaugural com o Gil Vicente. Rúben Amorim continua em isolamento, Alcochete continua inatingível para a equipa principal, vários jogadores continuam indisponíveis: mas o Sporting estava apto a deslocar-se a Paços de Ferreira e procurava finalmente os primeiros pontos no Campeonato.

E iria fazê-lo com uma etapa europeia já ultrapassada. Na passada quinta-feira, os leões derrotaram o Aberdeen em Alvalade com um golo solitário de Tiago Tomás, que foi opção prioritária em detrimento de Sporar, e apuraram-se para o playoff de acesso à Liga Europa, onde o adversário será o LASK já esta semana. Com essa bagagem positiva, o Sporting apresentava-se esta segunda-feira em Paços de Ferreira com a certeza de que tanto Benfica como FC Porto venceram os dois primeiros jogos da Liga — assim como o conhecimento de que o Sp. Braga, que na última jornada da época passada roubou o terceiro lugar aos leões, perdeu nas duas primeiras jornadas.

Ficha de jogo

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P. Ferreira-Sporting, 0-2

2.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

P. Ferreira: Jordi, Uilton (Fernando Fonseca, 60′), Marcelo, Baixinho, Oleg Reabciuk, Bruno Costa, Eustáquio (Martín Calderón, 87′), Luiz Carlos (Adriano Castanheira, 78′), Hélder Ferreira (Lucas Silva, 60′), Douglas Tanque (João Pedro, 87′), Luther Singh

Suplentes não utilizados: Michael Fracaro, Pedro Martelo, Lucas Silva, Maracás, Pedro Marques

Treinador: Pepa

Sporting: Adán, Neto, Coates, Feddal, Pedro Porro (Antunes, 79′), Matheus Nunes, Wendel, Nuno Mendes, Tiago Tomás (Sporar, 79′), Jovane (Nuno Santos, 31′), Vietto (Daniel Bragança, 65′)

Suplentes não utilizados: André Paulo, Gonzalo Plata, Eduardo Quaresma, Bruno Paz, Joelson

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Jovane (gp, 23′), Coates (60′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Luís Neto (10′), a Douglas Tanque (21′), a Jovane (25′), a Wendel (36′), a Adán (45+3′), a Matheus Nunes (80′), a Feddal (84′)

Na sequência de um sábado em que o Orçamento e Contas foi chumbado por larga maioria na Assembleia-Geral do clube, o Sporting entrava em campo com o objetivo de esquecer no relvado os problemas institucionais que se vão arrastando fora dele. E uma das boas notícias ficou confirmada ainda na antevisão: Nuno Santos, um dos nove jogadores que testaram positivo para a Covid-19, estava recuperado e era opção para a deslocação a Paços de Ferreira — assim como Eduardo Quaresma, que acabou por ser a surpresa na convocatória. Max, Renan, Borja, Gonçalo Inácio, Rodrigo Fernandes, João Palhinha e Pedro Gonçalves continuavam indisponíveis e, na equipa pacense, eram João Amaral e Mohamed Diaby as baixas pelo mesmo motivo. O P. Ferreira confirmou a poucas horas do início do jogo que os dois jogadores tinham testado positivo nos testes realizados a 48 horas do apito inicial mas que o restante plantel estava apto.

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Assim, as escolhas de Rúben Amorim, representado por Emanuel Ferro no banco de suplentes, voltaram a recair nos mesmos 11 jogadores que na quinta-feira eliminaram o Aberdeen. Tiago Tomás voltava a ser titular, em detrimento de Sporar e ainda que mais perto da ala, com Jovane a ocupar o lugar de falso ‘9’ e Vietto no lado esquerdo do ataque; Matheus Nunes e Wendel era os donos do meio-campo; Pedro Porro o responsável pelo corredor direito, com Nuno Mendes na ala contrária; e Feddal, Coates e Neto formavam o trio de centrais no setor mais recuado.

O Sporting criou a primeira oportunidade de golo logo nos instantes iniciais e depressa se percebeu que uma das apostas dos leões seria a capacidade ofensiva de Nuno Mendes. O jovem lateral foi lançado por Coates em velocidade e cruzou de forma tensa para a grande área, onde Tiago Tomás apareceu em posição frontal a rematar por cima (3′). O P. Ferreira reagiu com um remate de Douglas Tanque que passou perto da baliza de Adán (7′) mas eram os leões que criavam mais perigo quando chegavam à grande área adversária, com Pedro Porro a obrigar o guarda-redes Jordi a uma intervenção apertada (12′).

O corredor esquerdo parecia mesmo ser o favorito do Sporting para atacar. Nuno Mendes estava quase sempre junto à linha de meio-campo, pronto para receber ou do setor intermédio ou dos três elementos mais recuados e lançar a partir daí uma transição ofensiva rápida que culminava quase sempre num cruzamento. Prova dessa predileção era o movimento frequente de Wendel, que sempre que Nuno Mendes avançava mais alguns metros recuava imediatamente para a posição de lateral; em situações de contra-ataque, o médio brasileiro fazia a dobra nas costas de Feddal, o central mais perto da ala esquerda, e Nuno Mendes recuperava para ocupar um lugar mais perto da faixa central.

Com maior dinâmica ofensiva e muita mobilidade no ataque, com Jovane a trocar de posição com Tiago Tomás diversas vezes e Vietto a recuar alguns metros a espaços para funcionar como uma espécie de ’10’, os leões acabaram por chegar à vantagem à passagem do minuto 20 e de grande penalidade. Fábio Veríssimo considerou que Douglas Tanque intercetou um remate de Tiago Tomás com a mão, assinalou penálti e Jovane Cabral, na conversão, não falhou (20′) — apontando o primeiro golo do Sporting na atual edição da Primeira Liga.

Cerca de dez minutos depois de marcar, o mesmo Jovane foi substituído com dificuldades musculares numa das pernas e Nuno Santos entrou em campo, regressando aos relvados depois de ter estado infetado com Covid-19 e estreando-se de forma oficial pela equipa leonina. O Sporting ficou perto de aumentar a vantagem, num lance onde Tiago Tomás rematou ao lado mas poderia ter assistido Nuno Santos (38′), mas a verdade é que os últimos minutos da primeira parte acabaram por pertencer ao P. Ferreira. A equipa de Pepa passou a dominar o meio-campo, muito graças à boa exibição de Stephen Eustáquio, e apostava principalmente no corredor direito do ataque e na faixa central para chegar perto da baliza de Adán.

Na ida para o intervalo, o principal problema dos leões eram as perdas de bola em zona ainda muito recuada do próprio meio-campo e a incapacidade de ligar os setores, com Adán e Coates a serem obrigados a colocar a bola diretamente no ataque com passes longos que não tinham grandes conclusões práticas. O P. Ferreira tinha mais bola, passou longos minutos dentro do meio-campo leonino mas, por outro lado, não conseguia capitalizar essa presença em oportunidades, terminando o primeiro tempo sem qualquer remate enquadrado.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do P. Ferreira-Sporting:]

Na segunda parte, o centro de gravidade do Sporting divergiu para a zona central, onde Wendel e Matheus Nunes estavam mais próximos do setor mais recuado e serviam como transportadores do jogo para o ataque. Significa isto que a bola deixou de aparecer tanto na ala esquerda e em Nuno Mendes e que Pedro Porro, normalmente mais embrenhado em espaços interiores do que o homólogo do lado contrário, acabava por estar mais em jogo. O jogador emprestado pelo Manchester City, que já tinha sido o melhor em campo contra o Aberdeen, estava bem na partida e acabou por protagonizar a primeira oportunidade da segunda parte, com um livre direto que Jordi afastou para canto (59′).

O jogo estava sem grandes picos de intensidade, até porque o Sporting assim o pretendia, e Pepa procurou agitar as águas com as entradas de Fernando Ferreira e Lucas Silva — que foram ambos para a direita do ataque pacense, à procura das subidas de Nuno Mendes que poderiam deixar aquele lado desprotegido. Foi precisamente nesta altura, porém, que o Sporting chegou ao segundo golo: Nuno Mendes cruzou a partir da esquerda, Feddal amorteceu para Coates e o avançado uruguaio desviou para aumentar a vantagem (63′), na concretização de um trabalho dos dois centrais na grande área adversária.

Emanuel Ferro trocou Vietto por Daniel Bragança e os leões entraram num compreensível modo de gestão, até porque o jogo anterior tinha sido na última quinta-feira e o seguinte é já novamente na próxima quinta-feira. O objetivo do Sporting era colocar algum gelo na partida e oferecer a iniciativa ao P. Ferreira sem perder o pulso dos acontecimentos e a verdade é que a equipa de Pepa, que sentiu claramente a desmotivação provocada pelo segundo golo sofrido, já não conseguiu causar perigo junto da baliza de Adán. Até ao fim, os leões controlaram sem grandes calafrios, Antunes e Sporar ainda entraram a equipa de Alvalade confirmou a vitória na estreia na Primeira Liga.

Mesmo com pouco tempo de descanso e com vários jogadores ainda indisponíveis, o Sporting apresentou uma boa dinâmica ofensiva — apesar de demonstrar algumas fragilidades defensivas, principalmente na saída de bola no próprio meio-campo. Os leões conquistaram os primeiros três pontos da temporada e para isso muito devem agradecer a Nuno Mendes e Pedro Porro, os donos dos corredores da equipa que são tudo menos laterais e que deram a marcar, estiveram perto de marcar e são os elementos mais influentes na transição ofensiva leonina.

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