O Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro criticou a Câmara do Porto por “voltar a tentar destruir” o Parque da Pasteleira ao estudar a unificação daquele espaço verde, para “repor a sua integridade”. Em declarações à agência Lusa, Belmiro Cunha, presidente do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente de Lordelo do Ouro (NDMALO- GE), afirmou que o grupo ecológico é “contra” o corredor ecológico por considerá-lo “injustificado” e um “contrassenso”.

“Parque Urbano tem sido massacrado constantemente pela Câmara do Porto através de vários tipos de ocupações e agora esta solução vem invadir mais uma parte da área do parque”, afirmou.

A Câmara do Porto revelou, na reunião do executivo de 25 de janeiro, estar a estudar uma solução para repor a integridade do Parque da Pasteleira, unificando-o e materializando um corredor ecológico desde a marginal fluvial até às imediações de Serralves. Na reunião, o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, explicou que a solução vai permitir “repor a integridade do Parque da Pasteleira, que passará a ser um só parque unificado”, e a materializar um corredor ecológico entre a marginal fluvial e a Quinta de Serralves e a Avenida Marechal Gomes da Costa.

Estamos a iniciar um estudo para esta área, que passa pela eliminação da rua Afonso de Paiva, que fraciona o Parque da Pasteleira em duas metades com aquelas três pontes de madeira. A solução urbana que se está a estudar passa pela eliminação desse arruamento e pelo prolongamento da Alameda do Fluvial até à rua de Bartolomeu Velho, criando um eixo de penetração desde a marginal fluvial até às imediações da Casa de Serralves”, descreveu.

Para o grupo ecológico, a solução estudada pela autarquia “invade uma zona classificada de Zona Verde, protegida pelo atual e futuro Plano Diretor Municipal (PDM) do Porto”. “O atual PDM e o futuro não preveem ocupações dentro das zonas verdes”, salientou Belmiro Cunha, acrescentando ainda que a arquiteta autora do projeto do parque, Marisa Lavrador, “não foi tida nem achada” pela autarquia.

O responsável afirmou ainda que o “principal problema” deste projeto é a sua “fundamentação”. “O projeto tem como objetivo abrir o bairro para ‘desguetização’ por causa da droga, mas o problema da droga nunca pode ser resolvido nem por atravessamentos, nem por novas vias. O problema da droga é um problema social e nada tem a ver com a rodovia”, defendeu.

O grupo ecológico, que enviou uma missiva ao presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, e aos vereadores, espera que possa vir a existir “uma reflexão mais ponderada” e que “todos os intervenientes envolvidos nesta situação” se possam pronunciar e ser ouvidos.

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