Dez oficiais foram acusados de abater o avião ucraniano que se despenhou em Teerão, em janeiro de 2020, e que resultou na morte de 176 passageiros, informou esta terça-feira o procurador militar iraniano Gholamabbas Torki. O anúncio surge após a divulgação do relatório final do acidente o mês passado, que indicava um erro no sistema defensivo aéreo como a causa da queda do avião, mas que não apontava nenhum responsável.

Segundo a Associated Press, esta mudança de atitude do governo iraniano acontece depois de várias críticas internacionais ao relatório. O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, acusou o Irão de uma “tentativa cínica de ocultar as verdadeiras razões da queda da aeronave”. O Ministério dos Transportes canadiano também lançou duras críticas, afirmando que o relatório não se baseava em “factos ou evidências concretas” e que não respondia “a qualquer pergunta pertinente sobre o que realmente aconteceu”.

Além disso, a acusação surge num momento em que os Estados Unidos mostraram disponibilidade para se encontrarem com representantes iranianos em Viena e retomar conversações sobre o acordo nuclear do Irão, após Donald Trump ter retirado Washington em 2018 do entendimento que tentava impedir o acesso de Teerão a armas nucleares.

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O voo PS752 partiu do aeroporto de Teerão com destino à capital ucraniana de Kiev a 8 de janeiro, dia em que o Irão lançou um ataque de mísseis balísticos contra as tropas norte-americanas no Iraque. O avião foi abatido dois minutos após a descolagem por dois mísseis.

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