Kim Potter, a agente da polícia que disparou e matou um homem negro  num subúrbio de Minneapolis, nos EUA, este fim de semana apresentou a sua carta de demissão. Segundo a CNN, Tim Gannon, o chefe de polícia que disse que o disparo foi acidental, seguiu o mesmo exemplo. A decisão de ambos foi comunicada pelo mayor da cidade numa conferência de imprensa realizada esta terça-feira.

Ainda assim, o mesmo responsável do poder local — que chegou a dizer à CBS que queria demitir Kim Potter, a agente em questão — disse que ainda não aceitou a demissão de Potter. “Estamos a fazer o nosso processo interno para ter certeza de que estamos a ser responsáveis ​​pelas medidas que precisamos tomar”, disse Mike Elliott

As cartas de demissão terão chegado no seguimento de uma segunda noite de protestos que agitou a cidade norte-americana, com centenas de manifestantes exteriorizando a sua revolta face à morte de Wright. Alguns deles chegaram a envolver-se em confrontos com a polícia na noite de segunda-feira.

O disparo por engano

A agente que disparou mortalmente sobre Daunte Wright, no domingo, gritou “taser” antes de ter usado uma arma de fogo, alegadamente por engano, conforme se vê nas imagens da câmara do fato da agente e como explicou o chefe da Polícia de Brooklyn Center, numa gravação disponibilizada pela Fox9.

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As imagens mostram o jovem afro-americano de 20 anos a sair da viatura e a colocar as mãos atrás das costas. Mas depois de alguma dificuldade na colocação das algemas, Daunte Wright entra novamente no carro, a agente grita “Taser! Taser!” e dispara. Só quando o carro arranca se ouve a agente dizer que afinal lhe tinha dado um tiro.

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O vídeo da câmara da polícia foi mostrado durante uma conferência de imprensa, por decisão do chefe da Polícia de Brooklyn Center, Tim Gannon. Senti que a comunidade precisava saber o que tinha acontecido, precisavam de ver. Preciso de ser transparente”, disse citado pelo USA Today.

No comentário ao vídeo, o chefe da Polícia disse que o procedimento estava correto — gritar “taser” para avisar os colegas e o potencial alvo — e que, normalmente, os agentes têm a arma de fogo do lado dominante e o taser do lado oposto, o lado mais fraco.

Por agora, Tim Gannon não sabia explicar o que tinha acontecido com esta polícia experiente, mas garantiu que ia ser feita uma investigação independente pela Agência de Apreensão Criminal de Minnesota.

Sobre a operação de trânsito que terminou na morte do jovem, o chefe da polícia acredita que foi um acidente como aliás, diz, se percebe pelo estado de nervosismo em que ficou a agente depois de se aperceber do que tinha acontecido. A agente encontra-se em licença administrativa.