Engenheiros nos Estados Unidos inspiraram-se em mexilhões e cracas para criar uma cola não tóxica, mais aderente e resistente à água do que a maioria das colas sintéticas no mercado, divulgou esta quinta-feira a publicação científica Advanced Science.

Segundo Fiorenzo Omenetto, professor de Engenharia na Universidade Tufts, a cola “funciona não apenas melhor debaixo de água” como “atinge essa resistência com quantidades muito menores de material”, totalmente natural.

Para obter esta cola, a equipa de engenheiros replicou as principais características do tipo de fixação de cracas e mexilhões às rochas, como filamentos de proteínas, reticulação química e complexos de ferro, a partir da fibroína de seda, proteína produzida pelo bicho-da-seda e que foi extraída dos casulos.

“A combinação de fibroína de seda, polidopamina [polímero] e ferro reúne a mesma hierarquia de ligação e reticulação que torna as ‘colas’ de cracas e mexilhões tão fortes”, disse Marco Lo Presti, pós-doutorado no laboratório de Omenetto e primeiro autor do estudo, citado em comunicado pela Universidade Tufts.

De acordo com os autores do trabalho, a cola criada poderá ter aplicações industriais, domésticas e marítimas. A fibroína de seda, por exemplo, já se tinha revelado como um biomaterial compatível para fins médicos.

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