As autoridades sanitárias da Alemanha colocaram esta sexta-feira Portugal na “lista vermelha”, uma decisão que vigorará a partir de terça-feira e que obrigará todos os viajantes provenientes do território português a uma quarentena de 14 dias.

“Portugal é classificado como uma área de variantes (do SARS-CoV-2) de preocupação inicialmente durante duas semanas”, dá conta a decisão do Instituto Robert Koch, a agência federal de saúde da Alemanha, acrescentando “que uma extensão” deste período “é possível”.

A Rússia também foi considerada uma área de preocupação em relação a variantes do SARS-CoV-2 e, assim como Portugal, integrou a “lista vermelha” alemã.

O jornal alemão “Frankfurter Allgemeine” sublinha que esta é a “primeira vez em várias semanas” que um país que integra a União Europeia é colocado na lista de maior risco. O “FAZ” acrescenta que é “má sorte para os turistas” alemães que já estão em Portugal, ou para os que têm pensado fazer férias no país.

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O período de 14 dias de quarentena passa a ser obrigatório, mesmo com a apresentação de teste negativo, comprovativo da toma completa da vacina ou comprovativo de imunidade. Passa também a ser obrigatório para os estrangeiros não residentes na Alemanha um registo digital prévio à entrada no país.

A decisão entrará em vigor às 00h00 de terça-feira (29 de junho).

Na sua origem estará o aumento da taxa de incidência de Portugal, que regista 137,5 casos por 100 mil habitantes. O número atual de infetados supera os 30 mil.

Na terça-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, criticou a falta de regras comuns na União Europeia (UE) relativamente às viagens e utilizou como exemplo o aumento de infeções em Portugal, uma situação que “podia ter sido evitada”.

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“O que lamento é que ainda não tenhamos sido capazes de alcançar um comportamento uniforme entre os Estados-membros em termos de restrições de viagem, isto é um retrocesso (…). Temos agora uma situação em Portugal, que talvez pudesse ter sido evitada”, explicitou durante uma conferência de imprensa em Berlim.

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Um documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA) explicitou esta sexta-feira que a variante Delta, detetada na Índia, deverá ser responsável por mais de 70% das infeções na região de Lisboa e Vale do Tejo e que já poderá ser a predominante em Portugal.

Esta variante do SARS-CoV-2 é considerada mais contagiosa e possivelmente mais resistente a algumas vacinas.