O documento que serviu de base à decisão sobre a vacinação de crianças contém dados errados sobre os internamentos em cuidados intensivos. Afinal, foram 30, e não 20, as crianças internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) desde o início da pandemia, o que pode reforçar a ideia de que há mais benefícios em vacinar os mais novos.

A notícia é avançada esta terça-feira pela CNN Portugal: os registos do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e da Sociedade Pediátrica dos Cuidados Intensivos, diz o canal, mostram que houve 30 crianças encaminhadas para estes serviços, pelo que o parecer da Comissão Técnica de Vacinação se baseou em dados errados que subestimavam o efeito do vírus nas crianças dos 5 aos 11 anos.

À CNN, o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, um dos responsáveis pelo parecer técnico, reage frisando que “isto significa que o benefício [de vacinar as crianças] ainda é melhor na sua relação com o risco”. Assim, a percentagem de crianças que fica em cuidados intensivos sobe. “A vacina é ainda mais benéfica”, conclui Carmo Gomes.

Segundo a CNN, a Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos Pedriátricos já enviou um e-mail para a Direção-Geral de Saúde (DGS), a alertar para o erro.

Os pareceres técnicos que serviram de base à decisão de recomendar a vacinação das crianças estiveram envoltos em polémica pela demora em serem revelados. Inicialmente, a DGS disse que divulgaria a nota técnica final, mas não os estudos mais pormenorizados sobre o assunto. Mas, depois de muita pressão (também política, sobretudo dos partidos de direita), acabou por publicar os dados na íntegra, recusando que fossem “sigilosos”.

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Ponto final na polémica sobre vacinação de crianças: Conheça o parecer técnico na íntegra

O autoagendamento para crianças de 10 e 11 anos já está disponível desde esta segunda-feira, estando o arranque do processo marcado para o próximo fim de semana (18 e 19 de dezembro).