Joe Biden poderá usar armas nucleares em “circunstâncias extremas”, mesmo que a Rússia não as utilize primeiro, noticiou esta sexta-feira o jornal britânico Telegraph.

Apesar de o Presidente norte-americano ter defendido que este tipo de armamento deve apenas servir para dissuasão, a sua posição tem-se vindo a alterar, principalmente após as declarações do Kremlin, que preveem a utilização de armas nucleares caso a sua existência estiver em risco.

Rússia admite usar armas nucleares se a sua existência estiver em risco

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Os EUA permitem o uso de armas nucleares para a defesa no âmbito dos “interesses vitais dos Estados Unidos, os seus aliados e parceiros” e em resposta a “ataques estratégicos significativos que não sejam nucleares”. De acordo com o Wall Street Journal, Joe Biden pode usar este tipo de armamento numa potencial ameaça de uso de armas biológicas, químicas e até em ciberataques.

Durante a campanha e o seu percurso político, Joe Biden deu sinais de que queria seguir uma política “de uso único” das armas nucleares — isto é, apenas se forem utilizadas antes. Mas esta posição nunca reuniu grande apoio pelo Pentágono.

Além disso, “na atual situação”, “é muito desafiante” atender a estes princípios, revela um especialista no controlo de armas ao Telegraph, principalmente quando “a Rússia está a lançar ameaças”. “Não se quer parecer fraco” aos olhos da comunidade internacional, argumentou a mesma fonte.

Por sua vez, Moscovo publicou uma doutrina sobre quando usar armas nucleares, a que os EUA estão atentos. Moscovo utilizará armas nucleares em alguns cenários: caso o país seja atingido um míssil balístico, caso seja empregue uma arma nuclear por parte de um inimigo (independentemente que caia ou não em solo russo), ou qualquer ataque que ameace a existência da Rússia.