O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, partiu pratos, usou dinheiro e até mirtilos durante uma conferência de imprensa, tudo para exemplificar a falta de progressão da carreira dos professores e as dificuldades que os mesmos enfrentam.

“Vamos ver um exemplo que eu queria mostrar”, disse como se estivesse a dar uma aula. Com pratos e dinheiro, Mário Nogueira exemplificou os 10 escalões da carreira dos professores e com um saco de fruta mostrou como era feita a avaliação dos professores.

“Estamos numa escola, que é um saquinho com 15 pessoas a serem avaliadas e os professores podem ter bom, muito bom ou excelente”, explica o secretário-geral da Fenprof. “Nestes dois pratos, de muito bom e excelente, só podem ficar 25%, sendo que o máximo no excelente são 5%. Ou seja, se em 15 professores, sete tiveram excelente, só um é que lá pode ficar e os outros seis têm de passar para o prato do muito bom”.

Depois de partir dois pratos (o que se vê a partir do minuto 11’42), Mário Nogueira criticou o Ministério da Educação acusando-o de destruir a carreira dos professores. “É assim que eles fazem à nossa carreira. A nossa carreira está a ficar feita em pedaços, exatamente porque o Ministério está deliberadamente a destruí-la para que a malta fique ali e para que se poupe dinheiro à conta dos que não progridem”.

Além dos pratos e do dinheiro, Mário Nogueira recorreu a talheres e a uma caixa de mirtilos para mostrar as desigualdades, os “bloqueios às progressões” e os anos de serviço que não foram contabilizados na carreira dos professores.

A conferência de imprensa da Fenprof, que se realizou esta sexta-feira, serviu assim para divulgar as “injustiças e desigualdades” e a necessidade “urgente” de “recompor” a carreira docente.

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