Elon Musk terá mudado de ideias sobre as vendas de ações da Tesla, a empresa de automóveis elétricos que criou. Se no final de abril, garantia que não tinha mais vendas de ações planeadas, meses depois voltou a vender uma generosa quantidade de títulos da companhia.

Esta venda, que terá acontecido ao longo dos últimos dias, acontece num momento em que já é conhecido que a 17 de outubro a disputa com a rede social Twitter chegará a tribunal. De acordo com informação enviada à SEC, o regulador de mercados norte-americano, o homem mais rico do mundo vendeu cerca de 7,9 milhões de ações da Tesla entre a passada sexta-feira e esta terça, o que reduziu a participação que tem na companhia para 15%.

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Esta venda de ações terá permitido a Musk encaixar cerca de 6,9 mil milhões de dólares. Em abril, quando vendeu também uma quantidade generosa de títulos da empresa, terá ficado com 8,5 mil milhões de dólares.

No Twitter, a rede social que já não quer comprar, Elon Musk foi questionado sobre se já terminou a venda de mais títulos da companhia. “Sim. No (esperemos pouco provável) acontecimento de o Twitter conseguir forçar este negócio a ser concluído e alguns dos acionistas parceiros não se chegarem à frente, é importante evitar uma venda de emergência de ações da Tesla”, justificou.

Elon Musk, o homem mais rico do mundo, tem uma fortuna avaliada em 250 mil milhões de dólares, à frente dos 162 mil milhões de Jeff Bezos, o dono do segundo lugar do ranking dos multimilionários da Bloomberg. Uma boa parte da fortuna de Musk está alicerçada nas ações da Tesla – daí estas vendas de títulos para acautelar um possível desfecho menos favorável para Musk.

Em abril, o dono da Tesla ofereceu 54,2 dólares por ação para comprar o Twitter, o que deixaria o negócio avaliado em 44 mil milhões de dólares, com planos para retirar a empresa de bolsa e “transformar” a rede social. Quando a 25 de abril a administração da rede social acedeu a vender a companhia, rapidamente surgiram as dúvidas sobre de que forma é que Musk poderia financiar esta aquisição.

Meses depois, incluindo um episódio em que suspendeu o negócio enquanto o Twitter não revelasse qual era o peso dos bots e das contas falsas no número total de utilizadores da rede social, Musk anunciou que já não queria comprar a empresa. O Twitter avançou para tribunal, com o intuito de obrigar Elon Musk a cumprir com o acordo e a finalizar esta aquisição. Musk contra-atacou e decidiu processar a companhia que outrora quis adquirir.

O julgamento sobre este caso tem início marcado para 17 de outubro, no Tribunal de Delaware, nos Estados Unidos.

Musk já não quer o Twitter mas pode sair desta saga com mais dinheiro no bolso