O futuro do Presidente russo será marcado pela quebra de apoio doméstico. A previsão é de Mikhail Kasyanov, antigo primeiro-ministro da Federação Russa (2000-2004), que esteve no cargo na mesma altura em que Vladimir Putin chegou à Presidência pela primeira vez, depois de ser eleito para o cargo. O atual Presidente já tinha sido chefe de Estado interino, depois da saída antecipada de Boris Yeltsin. Agora, o motivo das críticas do seu antigo primeiro-ministro prende-se com a mobilização anunciada nesta semana de mais 300 mil recrutas para o exército russo.

O Ocidente como inimigo número 1, a mobilização parcial, as falhas na Ucrânia e a ameaça nuclear. O discurso de Putin nas entrelinhas

“A guerra já não afeta apenas os militares profissionais de famílias pobres, agora toca a todos”, disse Kasyanov numa entrevista à Newsweek. Há vários anos que Kasyanov é crítico das políticas do Kremlin.

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“A sua decisão significa que mesmo aquelas pessoas que eram neutras ou que o apoiavam, em geral, começarão a reconsiderar a sua atitude porque agora são obrigadas a ir para uma guerra a que apenas estavam assistindo”, acrescentou o político russo.

Relembrando o seu passado com o Presidente russo, Kasyanov frisou que Vladimir Putin é agora uma pessoa diferente daquela que conheceu. “Putin apoiou todas as reformas que o meu gabinete iniciou. Naquela época, levamos a Rússia ao crescimento económico. Depois da minha partida, ele mudou completamente.”

“Vou resolver isto noutro nível”, filho de Peskov recusa apresentar-se para mobilização parcial

Pouco depois do anúncio da mobilização, Nikolai Peskov, filho do porta-voz do Kremlim, Dmitry Peskov, garantiu em direto que não está a pensar combater O comentador político Dmitry Nizovtsev decidiu telefonar aos filhos de vários líderes russos para saber se iam, ou não, comparecer para a mobilização, gravando as respostas para o programa “Popular Politics”.