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Orquestra do Salão Jardim Passos Manuel regressa ao Coliseu 17 anos depois e em dia de aniversário

Este artigo tem mais de 1 ano

A Orquestra do Salão Jardim Passos Manuel faz parte do património musical da cidade e suspendeu atividade em 2005. Esta segunda-feira, regressa ao Coliseu do Porto para um concerto "muito especial".

A histórica orquestra da cidade regressa ao Coliseu do Porto no dia do seu 81.º aniversário e ocupa o Salão Ático a partir das 18h
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A histórica orquestra da cidade regressa ao Coliseu do Porto no dia do seu 81.º aniversário e ocupa o Salão Ático a partir das 18h

A histórica orquestra da cidade regressa ao Coliseu do Porto no dia do seu 81.º aniversário e ocupa o Salão Ático a partir das 18h

Estamos em 1908 e numa das artérias mais comerciais e movimentadas do Porto é inaugurado a 18 de março o Jardim Passos Manuel, um espaço cultural, inspirado nos vistosos jardins parisienses, que se assumia como o centro da atividade musical do país e um verdadeiro ponto de encontro para a sociedade portuense. Entre imponentes escadarias, um coreto em forma de concha onde tocava bandas filarmónicas, um salão de baile, cinema ao ar livre, uma sala de jogos, quiosques, parque para crianças, restaurantes de luxo, um clube noturno e até uma moeda própria aceite nas lojas e cafés das redondezas, o Jardim Passos Manuel ganhou fama entre os intelectuais e amantes do cinema e da música.

O Salão Jardim Passos Manuel funcionou durante três décadas e juntava música, cinema, dança e gastronomia (Fotografias: Porto Desaparecido)

José

Durante três décadas dançaram-se êxitos da época em géneros como valsa, one-step, marcha, tango, fox-trot ou boleros, tocados por uma orquestra formada por piano, dois violinos, viola d’arco, violoncelo, contrabaixo, clarinete, oboé e flauta transversal, mas em 1938 o edifício é demolido para dar lugar ao Coliseu do Porto e um espólio com mais de 400 partituras se perdeu.

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Só em 1991, à boleia das comemorações dos 50 anos do Coliseu, António Ferro, antigo diretor artístico, reencontrou caixotes com algumas das partituras centenárias e decidiu recuperar a orquestra. “Algumas estavam incompletas, mas conseguimos organizar um concerto pontual, num evento musical que contou também com os pianistas da cidade Helena Sá e Costa e Pedro Burmester”, conta António Ferro ao Observador.

A Associação Amigos do Coliseu, responsável pelo equipamento cultural, estava decidida a relançar o projeto histórico na cidade com jovens músicos, recém-formados nas escolas do Porto. No final dos anos 1990 a Orquestra Salão Jardim Passos Manuel passou a atuar semanalmente no programa “Praça da Alegria”, transmitido pela RTP1, mas também em eventos privados, como galas ou casamentos, e ainda mensalmente nas tardes de domingo do Coliseu, recriando o ambiente vivido nos chás dançantes do antigo Jardim Passos Manuel.

Valas, boleros, marchas e tangos são alguns géneros musicais que imperam no repertório deste coletivo

Devido à falta de procura e interesse por este tipo de reportório mais relacionado com as danças de salão, em 2005 a orquestra suspendeu a sua atividade, mas 17 anos depois irá regressar com um concerto comemorativo dos 81 anos do Coliseu do Porto, esta segunda-feira, pelas 18h, no Salão Ático. “É muito importante que este legado perdure, gostava muito que organizar o centenário do Coliseu, recriar as noites que se viviam aqui no início do século e quiçá gravar um disco com a orquestra”, sublinha António Ferro.

O Jardim Passos Manuel era inspirado nos jardins parisienses, tinha uma moeda própria e atraía pessoas de todo o país

Um post nas redes sociais, uma vontade em comum e um concerto comemorativo

Miguel Oliveira estudou piano no Conservatório de Música do Porto, composição musical e direção de orquestra na Universidade de Aveiro e integrou como músico a Orquestra do Salão jardim Passos Manuel em 2001, tendo permanecido no projeto até 2003. “Comecei por substituir um professor meu do Conservatório, o brasileiro Jairo Grossi, pontualmente em concertos e só depois passei a permanente”, explica ao Observador, acrescentando que fazia parte do coletivo quando este atuava na televisão, “o que davam uma grande visibilidade e alguns convites”. “O reportório centrava-se numa música essencialmente destinada à dança, de tradição francesa ao nível dos arranjos e alguns apontamentos mais americanos.”

Mais de 400 partituras, com mais de 100 anos de vida, foram encontradas em 1991 por António Ferro e marcam o regresso do coletivo musical

Em 2020, em plena pandemia, Miguel Oliveira viu nas redes sociais uma publicação do Coliseu do Porto com uma fotografia antiga da Orquestra do Salão Jardim Passos Manuel e pensou que seria bom retomar o projeto. Contactou a direção do Coliseu, já liderada por Mónica Guerreiro, e percebeu que havia interesse. As trocas de ideias começaram ainda à distância e com o abrandar da pandemia a intenção passou também por vários concursos culturais e artísticos de forma a ganhar financiamento e até a acrescentar uma dose social ao projeto junto do público mais sénior, estabelecendo uma ligação junto de lares e centros de dia.

“Não conseguimos esses apoios, mas a ideia avançou. Digitalizámos todo o material histórico que tínhamos, com o apoio do arquivo municipal do Porto, e criámos uma orquestra com uma formação exatamente igual à original, com nove elementos e jovens músicos, a partir dos 20 anos”, diz Miguel Oliveira, pianista e diretor artístico do projeto.

Miguel Oliveira, Raquel Quintas, António Oliveira, Carolina Gonçalves, Teresa Tenrinho, Rúben Fangueiro, Cátia Miranda, Miguel Ferreira e Daniela Anjo compõem a orquestra

Esta segunda-feira, integrada nas comemorações dos 81 anos do Coliseu do Porto, a renovada Orquestra Salão Jardim Passos Manuel irá protagonizar “um concerto especial”, onde tocará dez temas dançantes, recriando a época boémia portuense dos anos 20 e 30, mas não quer ficar por aqui. “A intenção é que o projeto tenha continuidade, seja itinerante e reúna vários apoios.”

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