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A passagem de ano na Ucrânia ficou marcada por uma série de ataques russos depois da meia noite, às primeiras horas de 2023, por todo o país. O comandante da Força Aérea ucraniana confirmou que foram destruídos 45 drones, dos quais 32 depois da meia-noite, segundo a Reuters.

No primeiro discurso noturno do ano, Volodymyr Zelensky agradeceu à Força Aérea ucraniana por ter abatido esses drones lançados pela Rússia. Além disso, considerou que as forças russas têm “medo” e que “dá para sentir”. “E estão certos em ter medo. Porque estão a perder. Os drones e mísseis não os vão ajudar”, afirmou o Presidente da Ucrânia.

O que aconteceu durante a tarde e a noite de domingo

  • A primeira-dama da Ucrânia respondeu à “onda” de ataques russos durante a passagem de ano dizendo que “arruinar a vida dos outros é um hábito repugnante” dos “vizinhos”.  Olena Zelenska lembrou que as cidades devem ser “cobertas por uma onda de festa, alegria e esperança” durante o Ano Novo, algo que contrasta com o que aconteceu na Ucrânia — onde as festividades foram “novamente cobertas por uma onda de mísseis da Rússia”.
  • Para Mykhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, a Rússia “já não tem quaisquer objetivos militares” na Ucrânia e está a tentar “matar o maior número possível de civis e destruir mais instalações civis”.
  • A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou que a Suécia assume a presidência do Conselho da UE numa “altura crucial” para assegurar o apoio à Ucrânia.
  • Stoltenberg instou o Ocidente a “aumentar” a produção de armas para apoiar Ucrânia. O secretário-geral da NATO disse ainda que os Estados-membros da NATO precisam não só de fornecer a Kiev os armamentos necessários, como de manter os seus próprios stocks de armas.

O que aconteceu durante a noite de sábado e a manhã de domingo

  • Autoridades dão conta de, pelo menos, 3 mortos e 32 feridos causados pelos ataques russos, em diferentes cidades ucranianas, como Kiev, Kherson, Zaporíjia e Khmelnytsky.
  • A Força Aérea ucraniana afirmou que abateu 45 ‘drones’ explosivos num ataque lançado pelas forças russas durante a noite de passagem do ano. Destes 13 foram abatidos ainda em 2022 e 32 em 2023. A informação foi dada pela Força Aérea ucraniana, num comunicado publicado na rede Telegram e divulgado pela agência de notícias Ukrinform.

Kiev diz ter abatido 45 ‘drones’ russos durante a passagem de ano

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  • O Ministério da Defesa da Rússia deu os ataques como bem sucedidos. Tinham como alvo as instalações do complexo militar industrial e armazéns de ‘drones’ de assalto e, de acordo com o porta-voz da Defesa, Igor Konashenkov, os mísseis “atingiram armazéns e sistemas de lançamento de ‘drones’ de assalto”, pelo que “o objetivo do ataque foi alcançado”.
  • A passagem de ano em muitas cidades ucranianas foi feita em casa, com um recolher obrigatório como medida de segurança. O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano, liderado por Dmytro Kuleba, publicou na rede social Twitter um vídeo onde mostra como foi celebrada a passagem de ano em Kiev. Houve quem gritasse da janela: “Glória à Ucrânia”, descreve a publicação.
  • Durante a missa de Ano Novo, o Papa Francisco apelou à paz e rezou por todos os que estão a viver em guerra. “Rezemos à mãe, de modo especial, pelos filhos que sofrem e já não têm a força de rezar. Por tanto irmãos e irmãs atingidos pela guerra em muitas partes do mundo, que vivem estes dias de festa na escuridão e ao frio, na miséria e no medo, submersos na violência e na indiferença.”

Moscovo diz que ataques russos atingiram com sucesso alvos militares na Ucrânia

  • Lula da Silva, que toma posse como presidente do Brasil este domingo, recebeu ontem a presidente do Conselho da Federação Russa, Valentina Matvienko, chefe da delegação do país na sua tomada de posse. No Twitter, o presidente eleito do Brasil agradeceu “os cumprimentos de Putin trazidos por ela”. Também expressou “desejo do Brasil pela paz e que as partes encontrem um ponto comum para o fim do conflito”.
  • O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez um discurso de Ano Novo e disse que 2023 será o ano da “vitória” na guerra contra a Rússia. “Tem saudades de fé e de esperança? Ambas estão nas Forças Armadas [ucranianas] há muito tempo. […] Saudades de luz? Está em todos nós, mesmo quando não há eletricidade”, cujo fornecimento tem sido fortemente perturbado pelos bombardeamentos russos, referiu o presidente da Ucrânia, na sua mensagem de Ano Novo através da plataforma Telegram.
  • Zelensky também publicou um vídeo nas redes sociais, no qual se dirige diretamente aos cidadãos russos. Nessa mensagem, o Presidente ucraniano diz que VladimirPutin, o Presidente russo, está a “esconder-se”. “O vosso líder quer mostrar que tem os militares com ele, que ele está a liderá-los. Mas ele está apenas a esconder-se. A esconder-se atrás dos militares, atrás dos mísseis, atrás das paredes das suas casas e dos seus palácios”…
  • Na sua mensagem de Ano Novo o Presidente francês, Emmanuel Macron, prometeu este sábado aos ucranianos que a França e a Europa estarão ao seu lado em 2023. “Respeitamos-vos e admiramos-vos. A vossa luta na defesa do vosso país é heroica e inspira-nos. Durante o ano que agora começa estaremos, sem falta, ao vosso lado. Vamos ajudar-vos a vencer e estaremos juntos para construir uma paz justa e duradoura”, disse numa mensagem transmitida pela televisão, a partir do palácio do Eliseu.