O diretor-executivo da Fortera, Elad Dror, repudiou esta quinta-feira ter sido erradamente associado à Operação Vórtex, lamentando os “enormes danos” provocados à imobiliária e ao seu “bom nome”.

“Nas últimas 48 horas, a Fortera e eu sofremos pesadas acusações que nos associaram com a operação Vórtex. Acusações essas claramente falsas, tal como foi publicado nos diferentes OCS [Órgãos de Comunicação Social]”, afirmou Elad Dror numa declaração enviada à Lusa, garantindo que a empresa continuará a operar “assente nos princípios da ética e transparência”.

O diretor-executivo e fundador da Fortera reagiu assim a uma notícia da Lusa de terça-feira onde, erradamente, e tendo por base duas fontes, se indicou que a Fortera estava envolvida no processo e que o empresário israelita tinha sido detido no âmbito da Operação Vórtex.

Na quarta-feira, uma fonte judicial confirmou à Lusa que nem a empresa nem o seu diretor-executivo estão envolvidos nesta investigação da Polícia Judiciária e do Ministério Público, que culminou na detenção do presidente da Câmara Municipal de Espinho, de um funcionário e de três empresários.

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“Os danos provocados por esta situação são neste momento incalculáveis e, acima de tudo, vieram publicamente beliscar o bem mais precioso para nós: o bom nome da empresa e o meu bom nome pessoal“, considera o responsável, admitindo que, “ainda assim, a grande maioria dos OCS repôs a verdade dos factos”.

Elad Dror garante que “apesar dos enormes danos causados relativamente a família, amigos, clientes, investidores, parceiros comerciais e financeiros”, a empresa irá prosseguir a sua “atividade e projetos de cabeça erguida, assente nos princípios da ética e transparência”.

Logo na terça-feira, a promotora imobiliária negou qualquer envolvimento naquela investigação judicial.

Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) explicou na terça-feira que as cinco detenções efetuadas no âmbito da Operação Vórtex ocorreram na sequência de cerca de duas dezenas de buscas, domiciliárias e não domiciliárias, que visaram os serviços de uma autarquia local, residências de funcionários desta e diversas empresas sediadas nos concelhos de Espinho (Aveiro) e Porto.

“A investigação versou sobre projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos”, explicou a PJ em comunicado.

“Apesar de ter negócios de promoção imobiliária em Espinho, não há qualquer envolvimento na operação levada a cabo esta terça-feira pela Polícia Judiciária naquele concelho”, referiu então a administração da Fortera, negando também a detenção de Elad Dror.

A empresa, de direito português e com mais de 300 colaboradores, foi criada em 2015 para se tornar líder no desenvolvimento e gestão imobiliária no mercado imobiliário em Portugal com especialização em Reabilitação e Renovação.

Atua no ramo imobiliário de luxo, com objetivo de ser um dos importantes “players” do setor em Portugal. As suas grandes áreas de atuação centram-se na aquisição de imóveis para construção de raiz ou reabilitação de espaços para fins hoteleiros, ou residencial e tem mais de 700 milhões de euros de projetos em curso para os próximos cinco anos.